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Após entrega de 6 t de comida e remédio, comitiva com Temer volta do Líbano

Comitiva brasileira na chegada ao Líbano para entregar ajuda humanitária - Divulgação/Ministério da Defesa
Comitiva brasileira na chegada ao Líbano para entregar ajuda humanitária Imagem: Divulgação/Ministério da Defesa

Do UOL, em Brasília

15/08/2020 17h07

Após entregar seis toneladas de comida, remédios e equipamentos de saúde, a comitiva liderada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) voltou do Líbano ao Brasil. O grupo chegou hoje (15) de manhã após decolar ontem (14) de Beirute, capital do Líbano, em avião da FAB (Força Aérea Brasileira), informou o Ministério da Defesa.

A missão humanitária do governo brasileiro levou alimentos e suporte médico-hospitalar ao país em decorrência da forte explosão ocorrida no porto de Beirute em 4 de agosto. Mais de 150 pessoas morreram e cerca de cinco mil ficaram feridas.

A situação causou pânico e destruição na região portuária. Uma gigantesca coluna de fumaça pôde ser vista de toda a cidade. Vitrines de lojas de diversos bairros estouraram e carros foram abandonados nas ruas sem os vidros e com o airbag acionado. Casas tiveram danos significativos e deixaram desabrigados. O impacto foi sentido até no Chipre, a mais de 200 km da costa libanesa.

Segundo o Ministério da Defesa, junto à doação da comunidade libanesa no Brasil, foram entregues itens como antibióticos, corticoides, analgésicos, ataduras, seringas, cateteres, máscaras cirúrgicas e ventiladores pulmonares. Quatro mil toneladas de arroz ainda chegarão ao Líbano por via marítima, informou.

Próximo ao porto destruído pela explosão, Michel Temer disse ser uma pena e estar tocado com o que aconteceu, mas afirmou que Beirute se reconstruirá.

A missão foi rápida, considerando a saída do grupo do Brasil em 12 de agosto. Além da ajuda humanitária, ainda de acordo com a pasta, a comitiva se reuniu com políticos no Parlamento Libanês e foi ao Palácio Presidencial de Baabda, onde Temer teve uma reunião com o presidente Michel Naim Aoun.

O ex-presidente foi escolhido como chefe da delegação pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por ser descendente de libaneses e para tentar uma aproximação maior com o MDB, que anunciou a saída do centrão - grupo informal de partidos com cerca de 160 deputados que passou a apoiar mais o governo em troca de cargos na administração pública.

Temer, que é réu e estava impedido de sair do país, obteve a autorização da Justiça para viajar com a comitiva. O juiz da 7ª Vara Federal criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, afirmou que o motivo está "plenamente justificado ante a natureza humanitária da missão".

A delegação foi formada ainda pelo marqueteiro de Temer, Elsinho Mouco, o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o político Luiz Osvaldo Pastore, e os secretários Flávio Rocha (Assuntos Estratégicos) e Kenneth Félix Haczynski da Nóbrega (Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África).

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e descendente de libaneses, Paulo Skaf, o general Carlos Augusto Sydrião, Michael Pereira Lopes, Ronaldo da Silva Fernandes, Luciano Ferreira da Sousa, Sebastião Ruiz Silveira Júnior e Marcelo Ribeiro Haddad completam a lista.