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Frederick Wassef fez pagamento a médico que atendeu Queiroz, diz jornal

Advogado Frederick Wassef no Palácio do Planalto -
Advogado Frederick Wassef no Palácio do Planalto

Do UOL, em São Paulo

25/08/2020 16h28

Um relatório do Coaf (Conselho do Controle de Atividades Financeiras) identificou um pagamento de R$ 10,2 mil feito pelo advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, ao urologista Wladimir Alfer, primeiro profissional médico a atender Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. As informações são do jornal O Globo.

De acordo com a publicação, o relatório foi enviado para o Ministério Público Federal no Rio de Janeiro, para o Ministério Público do Rio e para a Polícia Federal no dia 15 de julho. Os pagamentos teriam sido feitos em dezembro de 2018, quando Queiroz iniciou os exames para o tratamento de um câncer no intestino. O médico também teria sido o responsável pelos pedidos dos exames clínicos feitos pelo ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

A publicação diz que Wladimir Alfer foi procurado pela reportagem, mas não retornou.

Em entrevista à revista Veja após a prisão de Queiroz, Wassef disse que nunca pagou despesas do ex-assessor e disse que nunca ajudou ninguém financeiramente.

O caso da "rachadinha" e a prisão domiciliar de Queiroz

Queiroz foi inicialmente detido em 18 de junho na casa de Frederick Wassef, então advogado do senador Flávio Bolsonaro, em Atibaia (SP).

O ex-assessor é suspeito de operar um esquema de "rachadinhas" — apropriação de salários de funcionários — no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O nome de Queiroz veio à tona em dezembro de 2018, quando o Estadão revelou que ele fez movimentações financeiras "atípicas".

Menos de um mês após Queiroz ser preso, o presidente do STJ, João Otávio de Noronha, aceitou, no dia 9 de julho, um pedido da defesa do ex-assessor.

No habeas corpus, os advogados de Queiroz pediram a conversão da prisão preventiva em domiciliar. Como argumento, citaram o estado de saúde do ex-assessor e o contexto de pandemia, além de criticarem fundamentos da medida autorizada pela Justiça.

Na ocasião, Noronha estendeu a prisão domiciliar para Márcia, que estava foragida. "Por se presumir que sua presença ao lado dele (Queiroz) seja recomendável para lhe dispensar as atenções necessárias", argumentou o presidente do STJ.

O presidente do STJ decidiu sobre o caso durante o plantão do Judiciário, sendo responsável pela análise considerada urgente.

A decisão de Noronha foi derrubada na última quinta-feira pelo relator do habeas corpus, Felix Fischer, que retornou às atividades do tribunal nesta semana.

Ao derrubar a prisão domiciliar do casal, Fischer apontou que o casal já supostamente articulava e trabalhava "arduamente" para impedir a produção de provas ou até mesmo a destruição e adulteração delas nas investigações de um esquema de rachadinha. Na avaliação de Fischer, as manobras de Queiroz e Márcia para impedir a localização pela polícia "saltam aos olhos".

No dia 14 de agosto, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu devolver o ex-assessor e sua mulher para a prisão domiciliar. Agora, com a decisão, a prisão domiciliar do casal foi restaurada.