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Homem apontado como operador do pastor Everaldo se entrega à PF

Pastor Everaldo foi preso na sexta-feira (28), em operação da PF e do MPF - 28.ago.2020 - Alexandre Brum/Enquadrar/Estadão Conteúdo
Pastor Everaldo foi preso na sexta-feira (28), em operação da PF e do MPF Imagem: 28.ago.2020 - Alexandre Brum/Enquadrar/Estadão Conteúdo

Eduardo Militão

Do UOL, em Brasília

30/08/2020 18h39Atualizada em 31/08/2020 08h11

Um homem apontado como operador do pastor Everaldo Pereira se entregou à Polícia Federal na tarde deste domingo (30). Victor Hugo Cavalcante Barroso se apresentou na unidade da PF em Porto Alegre (RS) junto com seu advogado.

O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves ordenou a prisão de Everaldo e Barroso em meio a uma investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que envolve o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e empresários da área de saúde. Everaldo foi preso na sexta-feira (28), mesmo dia em que a Justiça afastou o governador do cargo.

Segundo o ministro Gonçalves, Barroso é "tido como operador financeiro" de Everaldo, presidente do PSC, o partido de Witzel.

É o responsável pela realização da contabilidade paralela, por cooptar agentes públicos e privados (empresários) e por indicar sociedades empresarias e organizações sociais que devem ser contratadas, em burla ao procedimento licitatório e ao princípio da impessoalidade, por várias Secretarias, dentre elas a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro"
Benedito Gonçalves, ministro do STJ

O endereço declarado de Barroso ficava em Montevidéu, no Uruguai, segundo o magistrado.

O que dizem os citados

O governador afastado e os demais investigados têm negado as denúncias do Ministério Público.

Na sexta-feira, a defesa de Pastor Everaldo disse que o presidente do PSC "sempre esteve à disposição das autoridades e reitera a sua confiança na Justiça".

No mesmo dia, Witzel disse que a investigação é "circo", que ela poderia ter um viés político e que se trata de um "ultraje à democracia". O ex-juiz declarou também que não há provas sobre os fatos apontados.

O advogado dele, Roberto Podval, criticou a decisão de Benedito Gonçalves de afastar um governador sem ouvi-lo na investigação.

A reportagem ainda não localizou a defesa de Barroso.