Heleno critica Cármen Lúcia após ministra pedir informações sobre Amazônia
Ministro da cúpula do Palácio do Planalto e chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), o general Augusto Heleno foi ao Twitter hoje para criticar a ministra Cármen Lúcia, do STF (Supremo Tribunal Federal).
O militar não gostou de uma decisão da integrante da Corte, que acolheu pleito do PV (Partido Verde) e, na quinta-feira (3), solicitou que o governo preste informações sobre a atuação das Forças Armadas em ações contra o desmatamento na Amazônia.
Na rede social, Heleno reagiu com ironia e, de forma indireta, afirmou que a ministra desconhece a região.
Na manifestação de Cármen Lúcia, as cobranças são destinadas ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ao ministro da Defesa, general Fernando Azevedo. Ela deu cinco dias de prazo para que as informações sejam enviadas ao STF.
A ação que originou a decisão é de autoria do PV e argumenta que o uso das Forças Armadas na Amazônia por meio de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) seria inconstitucional.
O decreto do presidente que autoriza o emprego dos militares abrange ações subsidiárias na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal. A operação recebe o nome de "Verde Brasil 2".
Para os representantes do PV, sigla que tem o ambientalismo como bandeira política, o trabalho das Forças Armadas na Amazônia "promove verdadeira militarização da política ambiental brasileira, em flagrante confronto aos ditames constitucionais e usurpando competências dos órgãos de proteção ambiental, especialmente o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)".
O Brasil encerrou o mês de agosto com o segundo pior resultado de queimadas na Amazônia dos últimos dez anos. Os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que foram registrados 29.307 focos de calor no mês passado, volume bem acima da média histórica de 26 mil focos para este mês e apenas 5% inferior aos alarmantes 30.900 registrados no mesmo mês de 2019.
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