Flordelis exonera da Câmara filho afetivo com o qual não pode ter contato
Após reportagens mostrarem que a deputada Flordelis (PSD-RJ) empregava no gabinete o filho afetivo Gerson Conceição de Oliveira, com o qual não pode ter contato segundo decisão judicial, ele foi exonerado hoje no final da tarde. A Câmara dos Deputados confirmou o ato à reportagem.
De acordo com o portal da Câmara, Gerson continuava trabalhando como secretário parlamentar e teve salário de R$ 11.837,92 em agosto após descontos obrigatórios, como imposto de renda e contribuição previdenciária. Ele ainda recebeu R$ 1.808,20 em auxílios. Gerson trabalhava no gabinete desde 2019.
Procurada pelo UOL ontem, a assessoria da deputada informou que a exoneração havia sido solicitada e seria efetivada hoje.
A Justiça não pôde mandar prender Flordelis devido à sua imunidade parlamentar — ela só pode ser presa em flagrante por crime inafiançável. No entanto, a 3ª Vara Criminal de Niterói determinou uma série de medidas cautelares a serem cumpridas por Flordelis.
Entre elas, está a proibição de a deputada "manter contato com qualquer testemunha ou corréus, inclusive junto à prisão, bem como com Márcio da Costa Paulo (Márcio Buba), Gerson Conceição de Oliveira (Pastor Gerson), Gilcinéa Teixeira do Nascimento (Neinha) e Lorrane dos Santos Oliveira".
Eles são investigados como possíveis coautores ou partícipes do assassinato do marido de Flordelis, Anderson do Carmo. A deputada foi denunciada como mandante do crime pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Dois dos filhos afetivos de Flordelis que foram presos, Carlos Ubiraci e André Luiz de Oliveira, também trabalhavam no gabinete da parlamentar, mas já foram exonerados.
Cinco de seus filhos e uma neta foram presos em 24 de agosto, em operação coordenada pelo Ministério Público do Rio e pela Polícia Civil. Ao todo, 11 pessoas foram denunciadas pelo crime.
Além de não poder manter contato com os citados, testemunhas ou correús, Flordelis deve comparecer mensalmente ao Juízo para justificar suas atividades e assinar um boletim de frequência. Ela ainda não pode sair do país sem autorização judicial ou transferir sua residência para outra cidade sem autorização prévia.
Flordelis não viajou hoje a Brasília hoje como o esperado, e a notificação da Corregedoria da Câmara sobre o processo de investigação que pode culminar na cassação de seu mandato ficou para amanhã. Segundo apurou o UOL, Flordelis teria alegado problemas de saúde para não ir à capital federal.
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