Nora que depôs contra Flordelis diz temer por segurança e relata ameaças
Nora da deputada Flordelis (PSD-RJ), Luana Rangel Pimenta disse se preocupar com a segurança de sua família após depor contra a sogra, suspeita de ter sido mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. Luana relatou ter sofrido ameaças e sido hostilizada por defensores de Flordelis no Instagram.
"Fomos ameaçados, tentaram nos comprar, [fomos] hostilizados por defensores dela no Instagram, mas não desistimos. Tenho medo, não vou mentir. Falo com meu marido que ele precisa de um carro blindado, mas não temos condições para isso agora. É contar com Deus e a justiça dos homens", disse ela ao jornal Extra.
Luana é esposa do vereador Wagner Pimenta, conhecido como Misael (MDB-RJ), o quinto filho afetivo de Flordelis. A nora, que também foi assessora parlamentar da sogra, contou ter sido exonerada pela deputada após prestar depoimento.
Com a morte de Anderson do Carmo, a relação entre Luana, Wagner e Flordelis, que já não era das melhores, piorou. Além de assessora, Luana trabalhava na gerência das igrejas Ministério Flordelis.
"Eu trabalhava direto com o pastor [Anderson], era um trabalho voluntário meu. Logo depois do crime, eu e meu marido comunicamos no grupo que a igreja tinha no WhatsApp que estávamos saindo da congregação. Não falamos pessoalmente. Depois disso, umas 400 pessoas saíram também", lembrou.
Luana, que costumava cuidar da contabilidade das igrejas, também questionou a declaração de Flordelis sobre um suposto "sumiço" de um montante de R$ 6 milhões das instituições. A deputada, contou a nora, alega que o dinheiro seria o motivo para que alguém assassinasse Anderson.
"Acho engraçado porque ela recebia todo mês um relatório detalhado de tudo. O pastor fazia questão de conferir. Flordelis deve estar com amnésia", ironizou, acrescentando que passou a "questionar a forma de congregar" das igrejas da sogra. Hoje, ainda segundo o Extra, Luana frequenta outra instituição.
Terceira notificação
Flordelis deve ser notificada na próxima terça-feira (8) pela Corregedoria da Câmara sobre o processo de investigação na Casa que pode culminar na cassação de seu mandato e prevê entregar sua defesa escrita em cinco dias, conforme permite o regimento interno. Esse prazo de cinco dias é prorrogável pelo mesmo período.
"Conforme regimento, ela tem cinco dias para apresentar a defesa e utilizaremos dessa prerrogativa", informou a assessoria da deputada ao UOL.
A notificação na terça em Brasília foi acertada entre a equipe de Flordelis e a Corregedoria da Câmara, após duas tentativas sem sucesso — no gabinete e no apartamento funcional. A previsão inicial era de que a terceira tentativa de notificação fosse hoje na residência da deputada no Rio de Janeiro, mas, após ela se comprometer a receber o aviso na terça, acabou sendo adiada.
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