Crivella diz estranhar operação após ter colocado dados à disposição de MP
O prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), se manifestou pela primeira vez depois de virar alvo de operação comandada pela Polícia Civil e o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), na manhã de hoje, para apurar suspeitas de corrupção.
Em nota, Crivella disse ter estranhado a operação já que, segundo ele, havia colocado seus sigilos bancário, telefônico e fiscal à disposição do MP, ainda na semana passada, quando surgiram as primeiras denúncias publicadas pela imprensa.
"A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação", pontuou ele, em nota. (Leia a nota, na íntegra, abaixo)
A ação de hoje é desdobramento da primeira fase da Operação Hades, realizada em 10 de março deste ano, e mira o chamado "QG da Propina" da Prefeitura do Rio —suposto esquema de pagamentos de propina para a liberação de pagamentos da prefeitura.
O ex-presidente da Riotur Marcelo Alves e o irmão dele, Rafael Alves, estão entre os alvos. As investigações se baseiam no acordo de colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela operação "Câmbio, Desligo". Ele apontou Rafael Alves como chefe do esquema criminoso que acontecia na prefeitura.
"Vocês podem conferir no site de transparência da Prefeitura que nunca, durante o meu governo, foi feito qualquer pagamento a essa empresa [Locanty]", se defendeu Crivella.
Ao todo, a Polícia Civil e o MP cumpriram 22 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais e funcionais de agentes públicos municipais e empresários. Entre os endereços alvos das buscas, estão a casa onde Crivella mora, na zona oeste da cidade, a sede da prefeitura, no centro, e o Palácio da Cidade, onde Crivella despacha.
Equipes do MP também estiveram na casa do ex-senador Eduardo Lopes (Republicanos-RJ). Ele foi suplente da vaga de Crivella no Senado e assumiu o cargo em 2016, quando o bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus disputou a Prefeitura do Rio. Outro alvo da operação é Mauro Macedo, que foi tesoureiro da campanha de Crivella ao Senado, em 2008.
Em comunicado, o MP-RJ diz que "a operação decorre de inquérito policial instaurado para investigar possível organização criminosa e esquema de corrupção no âmbito da administração municipal carioca".
Leia a nota de Crivella na íntegra
Semana passada, o meu advogado, o Dr. Alberto Sampaio, esteve com o sub-procurador do Ministério Público Estadual, o Dr. Ricardo Martins, colocando à disposição os meus sigilos bancário, telefônico e fiscal por conta de denúncias publicadas na imprensa. Portanto, foi estranha a operação realizada hoje na minha casa, considerando ainda que estamos em período eleitoral.
No entanto, quero registrar que vi respeito e integridade no procurador, no delegado e no oficial de justiça.
A ação durou cerca de uma hora e nada foi encontrado. Considero essa ação injustificada, já que sequer existe denúncia formal e eu não sou réu nesta ou em qualquer outra ação.
A investigação, que ainda nem se transformou em ação, se motiva em uma matéria do jornal O Globo, inimigo jurado do nosso governo, que alega existir na Prefeitura uma central de propinas, e a prova que apresenta é o pagamento devido pela administração anterior a uma empresa chamada Locanty.
Vocês podem conferir no site de transparência da Prefeitura que nunca durante o meu governo foi feito qualquer pagamento a essa empresa.
Lamento também que a Rede Globo de Televisão tenha chegado na minha casa antes dos oficiais. Como ela sabia se havia sigilo? Um mandado de busca e apreensão precisa vir acompanhado da motivação e os oficiais encarregados não apresentaram.
Portanto, quero dizer que, apesar disso, do fundo do meu coração, confesso que prefiro o Ministério Público voluntarioso, mesmo com alguns excessos, do que aquele omisso, que permitiu ocorrer no Rio de Janeiro, em gestões passadas, o maior volume de corrupção já visto no mundo, que tantos prejuízos trouxeram e ainda trazem ao nosso povo. Uma conta amarga que tivemos que pagar de obras olímpicas superfaturadas.
Vamos em frente e que Deus nos abençoe.
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