Crivella nega amizade com empresário e afirma não haver provas contra ele
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), afirmou hoje que não há provas contra ele e disse não manter relações pessoais com um dos empresários investigados por um suposto esquema de corrupção na Prefeitura do Rio.
Crivella classificou as notícias sobre a denúncia como "papo furado" e disse ter solicitado à Justiça que retire o sigilo da investigação para que a imprensa possa ter acesso ao processo.
"Tudo papo furado. Eu tenho o processo, que estava em super sigilo. Li todos os anexos, não tem acusação absolutamente nenhuma", disse Crivella, em entrevista à CNN Brasil.
"Eu li o processo todo, por isso pedi à juíza ontem para que quebre o sigilo e toda a imprensa possa saber das besteiras, das bobagens que tem escrito ali", afirmou o prefeito.
Na última quinta-feira (10), a Polícia Civil e o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) realizaram uma operação para cumprir 22 mandados de busca e apreensão relativos às suspeitas de corrupção na Prefeitura do Rio. Entre os endereços alvos das buscas estavam a casa onde Crivella mora, na zona oeste da cidade, a sede da prefeitura, no centro, e o Palácio da Cidade, onde Crivella despacha.
Na entrevista à CNN, Crivella negou manter relações pessoais com o empresário Rafael Alves, apontado por investigadores como operador financeiro de um suposto esquema para agilizar a liberação de pagamentos pela prefeitura.
Filiado ao Republicanos, mesmo partido do prefeito, Rafael chegou a ser pré-candidato à Prefeitura de Angra dos Reis em 2016.
Rafael é irmão de Marcelo Alves, ex-presidente da Riotur exonerado do cargo no fim de março após ser citado como um dos pivôs da Operação Hades, que deu início às investigações. A Riotur é o órgão responsável pela organização do Carnaval e do Réveillon do Rio.
Na entrevista, Crivella elogiou o trabalho de Marcelo Alves na Riotur e disse que seu irmão, o empresário Rafael Alves, não influenciou na indicação para o cargo. O prefeito também negou manter relações pessoais com Rafael.
"Nem eu troquei mil ligações com ninguém, nem Rafael indicou ninguém. Eu indiquei o irmão dele pra Riotur, que fez um trabalho excelente", disse o prefeito.
"Não tenho relações pessoais com Rafael, às vezes eu o vi na igreja onde eu prego, todo domingo estou na igreja na Barra. Não tenho negócios com ele, não sou sócio com ele, não nomeei, não facilitei nenhum pagamento, basta ver no [Portal da] Transparência da Prefeitura", afirmou Crivella.
O advogado João Francisco Neto, defensor do empresário Rafael Alves, afirma que as acusações são baseadas apenas no depoimento de um delator e que o Ministério Público não se preocupou em ouvir os esclarecimentos de seu cliente.
"As precipitadas acusações se amparam em depoimento de delator, que não tem compromisso com a verdade. As conversas em questão são todas privadas e ocorreram há mais de dois anos. O Ministério Público interpreta tais mensagens de forma malévola e enviesada, sem se preocupar com os esclarecimentos do Rafael, que nunca foi ouvido, embora venha requerendo esta oportunidade há mais de 9 meses", afirma o advogado.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Marcelo Alves.
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