Bolsonaro diz que avião arremeteu na chegada a MT por causa da visibilidade
O avião do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) arremeteu hoje ao tentar pousar na cidade de Sinop, em Mato Grosso. O procedimento se dá quando o piloto desiste da aterrissagem e, já perto do solo, levanta voo para realizar posteriormente uma nova aproximação. De acordo com o governante, isso ocorreu devido à baixa visibilidade.
Bolsonaro não atribuiu a manobra à fumaça provocada pelas queimadas que se alastraram pelo Pantanal brasileiro e que são objeto de críticas da comunidade internacional à gestão ambiental do governo. Os incêndios já devastaram mais de 3.000 hectares.
"Quando nosso avião foi pousar hoje, ele arremeteu, a segunda vez que acontece na minha vida. Sempre é algo anormal que está acontecendo, no caso é que a visibilidade não estava muito boa. Para nossa felicidade, na segunda vez conseguimos pousar."
Mas de acordo com o COA (Centro Oeste Airports), empresa que administra o aeroporto João Figueiredo, o procedimento foi necessário por causa da fumaça que paira sobre a região.
A companhia alegou, por outro lado, que não há focos de incêndios no entorno e que a fumaça teria origem em local distante. Sinop está localizada a cerca de 500 quilômetros do Pantanal, segundo informou o COA.
Além do presidente, ocupavam a aeronave ministros como Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura). Ninguém teve ferimentos.
Manobra de rotina, diz aeroporto
O COA também esclareceu que o procedimento adotado pelo piloto da aeronave presidencial é "comum" e não seria o suficiente para mobilizar maiores esforços da torre de controle.
Em casos nos quais não há visibilidade ideal, o piloto realizaria uma primeira tentativa de aterrissagem como uma espécie de "teste", aproximando-se da pista apenas para estudar as suas condições. Posteriormente, ele realizaria efetivamente o pouso, em segurança.
O UOL tenta contato com o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) e aguarda posicionamento.
Agenda com o agronegócio
Em Mato Grosso, Bolsonaro cumpre agenda nas cidades de Sinop e Sorriso. Pela manhã, ele foi homenageado por produtores rurais e executivos do agronegócio. Durante o discurso realizado no evento, o presidente minimizou as queimadas que assolam esse bioma e enalteceu o setor produtivo.
"Estamos vendo alguns focos de incêndio acontecendo pelo Brasil, isso acontece ao longo de anos. E temos sofrido crítica muito grande porque quanto mais nos atacarem, mais interessa para os nossos concorrentes para aquilo que temos de melhor que é o nosso agronegócio", disse.
O presidente também lembrou o discurso feito por ele na Assembleia Geral da ONU, no ano passado, quando deu ênfase ao agronegócio. Ele contou que, na ocasião, o organismo internacional tentou convencer o governo brasileiro a aumentar o percentual de demarcações de terras indígenas no país. A proposta teria sido rechaçada por Bolsonaro, segundo afirmou o próprio.
De acordo com o governo, os índios são "irmãos", "parceiros" e "merecem a sua terra", porém "dentro de uma razoabilidade".
"A ONU queria, conforme contactado por alguns chefes, que nós passássemos de 14% do território demarcado para 20%. Falei-lhes: não. Não podemos sufocar aquilo que nós temos aqui e que tem nos garantido não só a nossa segurança alimentar, bem como a segurança alimentar para mais de 1 bilhão de pessoas."
Produtores rurais e o segmento do agronegócio em geral fazem parte da estrutura de apoio a Bolsonaro, sobretudo no interior do Brasil. Esse público foi decisivo para que ele chegasse à Presidência da República, e a sua representação no Congresso, com a FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio), exerce um papel importante para os interesses do Executivo.
Bolsonaro encerrou o discurso de hoje com uma menção a Emilio Garrastazu Médici, que foi presidente durante o regime militar —entre 1969 e 1974. Para o governante, que é capitão reformado do Exército, o governo Médici foi um "exemplo" no processo de interiorização (quando muitas pessoas saíram de centros urbanos para tentar a vida no interior).
"Lá atrás, no governo Médici, quando começamos a interiorização do Brasil, ficou o exemplo. De muita gente vir para cá e prosperar. Vocês hoje são, na verdade, o grande futuro do nosso Brasil."
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