Bolsonaro minimiza queimadas e lembra recusa à ONU sobre demarcações
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou as queimadas que estão se alastrando pelo Pantanal e afirmou que elas "acontecem ao longo de anos". Segundo ele, as críticas ao governo brasileiro em razão dos incêndios são injustas e estariam a interesses de países "concorrentes".
"Quanto mais nos atacarem, melhor interessa aos nossos concorrentes", declarou ele a produtores rurais e executivos do agronegócio durante visita ao Mato Grosso, na manhã de hoje.
"Estamos vendo alguns focos de incêndio acontecendo no Brasil. Isso acontece ao longo de anos. Porque obviamente: quanto mais nos atacarem, melhor interessa aos nossos concorrentes para aquilo que temos de melhor, que é o agronegócio. Países outros que nos criticam não têm problema de queimadas porque já queimaram tudo no seu país."
O presidente também lembrou o discurso feito por ele na Assembleia Geral da ONU, no ano passado, quando deu ênfase ao agronegócio. Ele contou que, na ocasião, o organismo internacional tentou convencer o governo brasileiro a aumentar o percentual de demarcações de terras indígenas no país. A proposta teria sido rechaçada por Bolsonaro, segundo afirmou o próprio.
De acordo com o governo, os índios são "irmãos", "parceiros" e "merecem a sua terra", porém "dentro de uma razoabilidade".
"A ONU queria, conforme contactado por alguns chefes, que nós passássemos de 14% do território demarcado para 20%. Falei-lhes: não. Não podemos sufocar aquilo que nós temos aqui e que tem nos garantido não só a nossa segurança alimentar, bem como a segurança alimentar para mais de 1 bilhão de pessoas".
Produtores rurais e o segmento do agronegócio em geral fazem parte da estrutura de apoio a Bolsonaro, sobretudo no interior do Brasil. Esse público foi decisivo para que ele chegasse à Presidência da República, e a sua representação no Congresso, com a FPA (Frente Parlamentar do Agronegócio), exerce um papel importante para os interesses do Executivo.
Bolsonaro encerrou o discurso de hoje com uma menção a Emilio Garrastazu, que foi presidente durante o regime militar —entre 1969 e 1974. Para o governante, que é capitão reformado do Exército, o governo Médici foi um "exemplo" no processo de interiorização (quando muitas pessoas saíram de centros urbanos para tentar a vida no interior).
"Lá atrás, no governo Médici, quando começamos a interiorização do Brasil, ficou o exemplo. De muita gente vir para cá e prosperar. Vocês hoje são, na verdade, o grande futuro do nosso Brasil."
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