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Mourão cita desmatamento ilegal na Guiana Francesa, e ressalta diplomacia

Declaração foi uma resposta à oposição da França ao acordo entre União Europeia e Mercosul - Francisco Stuckert/Fotoarena/Estadão Conteúdo
Declaração foi uma resposta à oposição da França ao acordo entre União Europeia e Mercosul Imagem: Francisco Stuckert/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Luciana Amaral

Do UOL, em Brasília

18/09/2020 11h09Atualizada em 18/09/2020 11h20

O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), afirmou hoje que a Guiana Francesa, território da França na América do Sul, conta com desmatamentos e garimpos ilegais ao ser questionado sobre a oposição do governo francês ao acordo da União Europeia com o Mercosul (Mercado Comum do Sul) por suposto impacto ambiental negativo.

Em seguida, o vice-presidente falou que só seguir nessa linha de discussão é um "nível baixo" e ressaltou ser necessário trabalhar por meio da diplomacia para que o acordo há décadas em negociação saia do papel.

"Ora, vamos lembrar que na Guiana Francesa temos garimpo ilegal e desmatamento. É uma província francesa, mas não vou colocar a discussão nesse nível. Essa é aquela discussão no nível baixo. O que vou colocar em discussão é que temos de trabalhar por meio da diplomacia e das nossas operações de comando e controle para termos o canal de diálogo aberto e mostrar que o acordo não favorece única e exclusivamente os países do Mercosul. Muito pelo contrário", declarou Mourão.

O governo do presidente Emmanuel Macron, com quem Jair Bolsonaro (sem partido) já teve divergências públicas, afirma se opor ao acordo comercial por falta de mecanismos para garantir que os compromissos assumidos contra o desmatamento sejam respeitados.

Embora esse posicionamento já fosse discutido nos bastidores, não deixa de ser um revés para a diplomacia brasileira, que julga que aspectos econômicos e protecionistas sejam os reais motivos da recusa por parte dos franceses. Macron é também pressionado por grupos ambientais e pelo lobby protecionista.

A declaração de Mourão foi dada em debate virtual promovido pelo Iree (Instituto para Reforma das Relações entre Estado e Empresa) com os ex-ministros da Defesa e do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) no governo de Michel Temer, Raul Jungmann e Sergio Etchegoyen, respectivamente, sobre a Amazônia.