Rodrigo Maia critica visita de Secretário de Estado dos EUA ao Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou a visita do Secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, em Boa Vista, Roraima, na tarde de hoje. De acordo com Maia, a visita do secretário "não condiz com boa prática diplomática internacional".
"A visita do Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, nesta sexta-feira, às instalações da Operação Acolhida, em Roraima, junto à fronteira com a Venezuela, no momento em que faltam apenas 46 dias para a eleição presidencial norte-americana, não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas externa e de defesa", disse o deputado em comunicado.
"Como Presidente da Câmara dos Deputados, vejo-me na obrigação de reiterar o disposto no Artigo 4º da Constituição Federal, em que são listados os princípios pelos quais o Brasil deve orientar suas relações internacionais. Em especial, cumpre ressaltar os princípios da: (I) independência nacional; (III) autodeterminação dos povos; (IV) não-intervenção; e (V) defesa da paz."
Em nota, o deputado ainda citou o patrono da diplomacia brasileira, Barão do Rio Branco, afirmando que ele deixou um legado de "estabilidade em nossas fronteiras e de convívio pacífico e respeitoso com nossos vizinhos na América do Sul" e que esta herança "deve ser preservada com zelo e atenção, uma vez que constitui um dos pilares da soberania nacional e verdadeiro esteio de nossa política de defesa."
Brasil e Estados Unidos estão entre os países que reconhecem líder de oposição Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela e não o Nicolás Maduro.
Dezenas de milhares de venezuelanos cruzaram a fronteira do Estado brasileiro de Roraima nos últimos anos, fugindo da turbulência econômica e política em seu país. A economia da Venezuela tem estado em declínio e há ondas periódicas de protestos contra o governo Maduro.
O governo de Roraima declarou o fluxo de imigração como uma crise social e pediu ao governo federal do Brasil para fechar a fronteira, o que não ocorreu por razões humanitárias.
*Com informações da Reuters
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