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Bolsonaro pede combate à 'cristofobia' e elogia Trump em discurso na ONU

Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em Brasília

22/09/2020 11h27Atualizada em 22/09/2020 13h45

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu à comunidade internacional que combata o que chamou de "cristofobia" (aversão a Cristo e ao cristianismo em geral) durante o discurso de aberta da 75ª edição da Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas). O brasileiro também voltou a elogiar o presidente norte-americano, Donald Trump, a quem Bolsonaro é alinhado.

"A liberdade é o bem maior da humanidade. Faço um apelo a toda a comunidade internacional pela liberdade religiosa e pelo combate à cristofobia", afirmou.

O tom religioso do discurso é mais uma demonstração de alinhamento de Bolsonaro, que será candidato à reeleição em 2022, com um segmento fundamental dentro da sua base eleitoral: a população evangélica.

Cristofobia (ou "crentefobia") é um termo que se tornou comum entre os defensores da ideologia conservadora, sobretudo os que se dizem seguidores do ideólogo de direita Olavo de Carvalho. No ano passado, a Câmara dos Deputados realizou em plenário uma sessão solente em combate à cristofobia protagonizada por parlamentares bolsonaristas e olavistas.

O próprio filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que é seguidor de Olavo de Carvalho, já fez menção à cristofobia. Em abril de 2019, ele declarou publicamente que "os cristãos são muito perseguidos em outros países, em que pese ninguém falar em cristofobia".

"Precisamos mostrar essa triste realidade pouco noticiada e rechaçar a intolerância religiosa que assassina quem tem outra fé", disse ele ao comentar um tuíte do chanceler Ernesto Araújo. A mensagem do ministro das Relações Exteriores fazia referência ao atentado a bomba no Sri Lanka que, no domingo de Páscoa, matou mais de 200 pessoas em três igrejas, três hotéis de luxo e uma pensão.

Em seu discurso divulgado hoje, Bolsonaro disse ainda que o "Brasil é um país cristão e conservador e tem na família sua base".

O presidente também se solidarizou com o povo libanês por causa da explosão em Beirute que deixou mais de cem mortos e milhares de feridos no mês de agosto.

Elogio a Trump

Em sua fala na ONU, Bolsonaro elogiou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por intermediar acordos de paz entre países do Oriente Médio.

"O Brasil saúda também o Plano de Paz e Prosperidade lançado pelo Presidente Donald Trump, com uma visão promissora para, após mais de sete décadas de esforços, retomar o caminho da tão desejada solução do conflito israelense-palestino."

"A nova política do Brasil de aproximação simultânea a Israel e aos países árabes converge com essas iniciativas, que finalmente acendem uma luz de esperança para aquela região", disse ele.