Conteúdo publicado há 7 meses

No Brasil não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, diz Lula

Em discurso a trabalhadores na zona leste de São Paulo, em ato do dia 1º de Maio organizado pelas centrais sindicais, o presidente Lula (PT) defendeu a suspensão da desoneração da folha.

O que aconteceu

"No nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, e, sim, para favorecer aqueles que trabalham", disse Lula. A desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia virou uma disputa entre governo e Congresso nas últimas semanas. O presidente vetou a lei que prorrogava a media, mas os parlamentares derrubaram o veto.

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo, atendeu pedido do governo e suspendeu os trechos da lei em uma decisão monocrática. O tema foi para plenário e cinco ministros da Corte votaram a favor da medida de Lula —o ministro Luiz Fux pediu vistas e o julgamento foi suspenso.

Lula também sancionou a lei que reajusta a tabela do Imposto de Renda. No evento de hoje, que marca o Dia do Trabalho, o governo anunciou a sanção de que a isenção fica estendida para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 2.824).

Presidente falou por cerca de 20 minutos e criticou a organização do ato pela baixa participação. "Disse ontem que o ato foi mal convocado", afirmou. Por volta das 12h, quando era previsto o início da fala de Lula, o estacionamento do estádio contava com bastante espaço. As bandeiras das centrais sindicais ocupavam mais espaço. A capital paulista registrou mais de 30º hoje.

Lula também fez campanha para Guilherme Boulos, pré-candidato à Prefeitura de São Paulo. "Esse jovem está disputando uma verdadeira guerra aqui", afirmou o presidente. "Ninguém derrotará esse moço aqui se vocês votarem no Boulos nas próximas eleições", continuou.

Boulos também teve espaço nos discursos e nacionalizou as eleições municipais. "Esse ano é para derrotar o bolsonarismo em todas as cidades do Brasil", disse o psolista.

A participação de Lula no ato ocorre em meio a greve de servidores federais e críticas da falta de diálogo do governo com os movimentos de base. Os professores e técnico-administrativos de universidades e institutos federais que aderiram a paralisação pedem que o presidente coloque em prática o discurso de "priorizar a educação".

Representantes das centrais sindicais e políticos discursaram antes de Lula. O ato teve início por volta das 10h, no estacionamento do estádio do Corinthians, na zona leste.

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O que mais disse Lula

Se vocês acompanharem a imprensa todo dia, dá a impressão que há uma guerra entre o governo e o Congresso Nacional. Até hoje, todos os projetos que nós mandamos para o Congresso foram aprovados de acordo com os interesses que o governo queria. E isso com competência dos ministro e dos deputados.

A gente faz desoneração quando o povo pobre ganha, quando o trabalhador ganha. Mas fazer desoneração sem que eles sequer se comprometam a gerar um emprego, sem que eles sequer se comprometam a dar garantia para quem está trabalhando. Eu quero dizer: no nosso país não haverá desoneração para favorecer os mais ricos, e, sim, para favorecer aqueles que trabalham e vivem de salário.

Eu voltei mais uma vez para provar para elite desse país que outra vez um metalúrgico vai consertar o que país que eles quase estragaram.

Ato sem prefeito e governador

Prefeito Ricardo Nunes (MDB) e governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) não vão participar. O emedebista afirmou que irá festas comemorativas nas regiões leste e sul. Apesar de seu partido fazer parte do governo, Nunes se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) mirando à reeleição. Tarcísio, por sua vez, é criticado por bolsonaristas quando se aproxima de Lula.

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Além do petista, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e ministros do governo marcaram presença. Alexandre Padilha (Relações Institucionais), André Fufuca (Esportes), Anielle Franco (Igualdade Racial), Cida Gonçalves (Mulheres), Luiz Marinho (Trabalho), e o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) estão no ato.

O tema do ato das centrais sindicais para este ano é "Por um Brasil mais justo". "Destaca as pautas emprego decente, correção da tabela do Imposto de Renda, juros mais baixos, valorização do serviço e dos servidores e servidoras públicos, salário igual para trabalho igual e aposentadoria digna", afirmam. O evento é organizado pela CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores, entre outros.

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