Marco Aurélio Mello: 'Kassio Nunes se autoconcedeu título de desembargador'
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou hoje que Kassio Nunes Marques "se autoconcedeu" o título de desembargador. A fala do ministro alfinetando o indicado de Jair Bolsonaro à Corte ocorreu na manhã de hoje, durante sessão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Marco Aurélio relatava críticas a uma de suas filhas após ser nomeada em um tribunal regional federal quando mencionou Nunes Marques.
"Pagou [a filha] um preço enorme. Como se tivesse sido nomeada graças à minha atuação e à atuação de minha mulher. Que essa, sim, é desembargadora, porque é integrante de tribunal de Justiça. Não o candidato indicado pelo presidente, que se diz desembargador porque se autoconcedeu esse título pomposo", declarou o ministro.
"É só buscar o ato de nomeação dele para ver para que cargo ele foi nomeado: cargo de juiz do Tribunal Regional da 1ª Região", acrescentou ele.
O UOL procurou a assessoria de Kassio Nunes Marques e aguarda retorno.
Currículo
Nesta terça (6), a Universidad de La Coruña, na Espanha, negou a existência de uma pós-graduação apresentada por Nunes Marques em seu currículo acadêmico. Ainda, a universidade acrescentou que ele realizou apenas um curso de cinco dias na instituição. Depois do caso vir à tona, o desembargador admitiu ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que não cursou a pós-graduação no local, conforme constava no currículo; ele atribuiu a informação equivocada a um erro de tradução.
Ontem, a revista Crusoé publicou que Nunes Marques apresentou sua dissertação de mestrado à Universidade Autônoma de Lisboa com trechos inteiros copiados de artigos publicados na internet. Os trechos são atribuídos ao advogado Saul Tourinho Leal, integrante da banca de advocacia de Carlos Ayres Britto, ex-ministro do STF. Segundo a publicação, até erros de português foram repetidos, indicando que o desembargador "copiou e colou" os textos sem revisão.
Nunes Marques negou o plágio e defendeu que o seu trabalho e o de Tourinho Leal são "produções doutrinárias opostas".
Julgamento no TSE
A pauta desta manhã julgava um pedido de Bolsonaro para exclusão de críticas feitas por ele ao Supremo durante a campanha eleitoral de 2018 e publicadas em redes sociais. Marco Aurélio afirmou, em seu voto, que a remoção do conteúdo significava censura e que ele "não concebia" retirar as imagens do ar. O pedido de Bolsonaro foi rejeitado de forma unânime pelo plenário do TSE.
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