Topo

Esse conteúdo é antigo

Moro diz que caso de Chico Rodrigues comprova que corrupção não acabou

Sergio Moro comentou sobre caso do senador que foi flagrado com dinheiro na cueca - Marcos Oliveira/Agência Senado
Sergio Moro comentou sobre caso do senador que foi flagrado com dinheiro na cueca Imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado

Colaboração para o UOL

15/10/2020 17h48

Sergio Moro, ex-Ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), não acredita que a corrupção acabou no Brasil. A maior prova disso, segundo Moro, é caso de Chico Rodrigues (DEM-RR), senador flagrado com dinheiro na cueca.

"O que o episódio (com Chico Rodrigues) nos traz de lição é que não existe o negócio de 'corrupção acabou'. Você tem que ter instituições de controle e que, identificado o fato, promovam a responsabilização das pessoas que praticam este crime", opinou Moro, em entrevista à Rádio Gaúcha.

Recentemente Bolsonaro disse que acabou com a Operação Lava-Jato porque não existia corrupção no governo. Moro, que foi juiz da Lava-Jato, aproveitou para defendê-la.

"Nos últimos anos, tivemos grande crescimento (no combate à corrupção) com a Lava-Jato, muitas pessoas foram responsabilizadas. Mas hoje em dia está todo mundo solto, e alguns mecanismo que foram feitos para as pessoas serem pegas, como a segunda instância, foram eliminados", declarou Moro.

Moro também comentou sobre o caso de André do Rap, traficante que foi solto por um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello. A liberação ocorreu após uma interpretação de uma medida do pacote anticrime, aprovado quando Moro era Ministro da Justiça. Mas ele disse que não tem responsabilidade nisso.

"Tudo bem que faz parte do jogo democrático, mas inseriram algumas coisas que eu falei: isso vai se cobrar o preço no futuro. (...) O bandido (André do Rap) foi solto com base numa norma, numa brecha. Acho que (a decisão do ministro Marco Aurélio) não tinha intenção de favorecer, mas foi um erro. Agora temos que olhar para frente e deixar o sistema não menos eficiente", concluiu Moro.