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Schelp: Dinheiro na cueca e André do Rap expõem derretimento institucional

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/10/2020 19h31

A notícia de que o vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues (DEM-RR), foi encontrado ontem com dinheiro escondido na cueca durante abordagem da Polícia Federal, em Boa Vista expõe o "derretimento das instituições nacionais", avalia o colunista do UOL Diogo Schelp no podcast Baixo Clero #61, apresentado por Carla Bigatto e Carolina Trevisan. (Ouça a partir do minuto 05:00)

"De um lado, você tem a Justiça falhando miseravelmente, não só no STF com a concessão dessa liminar pelo ministro Marco Aurélio Mello, como nas instâncias inferiores que tomaram um frango por baixo das pernas", disse o colunista em relação à soltura do traficante André do Rap no último sábado. (Ouça a partir do minuto 05:00)

Para Schelp, ambos os fatos mostram que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estava errado ao dizer, na semana passada, que acabou com a Lava Jato porque "não tem corrupção no governo". (Ouça a partir do minuto 06:15)

"O presidente Bolsonaro ainda deu uma saída honrosa ao senador, ele saiu 'a pedido', disse Schelp. Segundo mensagem publicada em edição extra do Diário Oficial da União, a dispensa ocorreu "em atenção ao pedido" de Rodrigues. (Ouça a partir do minuto 06:56)

Ainda nesta quinta-feira, 15, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) comentou o caso, e afirmou que "membro do governo [ele] não é", se referindo ao senador Chico Rodrigues (DEM-RR). Sobre o assunto, Carolina Trevisan, colunista do UOL, afirma que, de fato, o senador não fazia parte do governo mas é 'o maior aliado do presidente Bolsonaro'. (Ouça a partir do minuto 07:54)

Trevisan ainda afirma que "é muito complicado roubar dinheiro num momento como esse" e que casos assim deveriam receber punição exemplar em um momento de pandemia.

"A gente vê que no Brasil não tem adiantado isso, teve a Lava Jato, que Bolsonaro disse que acabou, e que realmente está enfraquecida, mas isso não quer dizer que a corrupção terminou, a corrupção continua acontecendo", disse. "Esses dois fatores são muito graves, você juntar um momento de calamidade pública, em que você relaxa esses meios de fiscalização de obter financiamento e recurso público, para cometer corrupção", completa. (Ouça a partir do minuto 13:33)

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