Flávio Bolsonaro aumentou patrimônio de forma "sorrateira", diz MP-RJ
A denúncia apresentada pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) contra Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) diz que o senador aumentou o seu patrimônio de forma "sorrateira" através do desvio de dinheiro público na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi denunciado nesta semana por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa no esquema chamado de "rachadinha".
Segundo o documento assinado pelo procurador Ricardo Martins, ao qual a TV Globo teve acesso, Flávio "fazia pouquíssimo uso de serviços bancários como cartões de crédito e débito", dando preferência a dinheiro em espécie. O MP levanta dúvidas sobre o valor gasto pelo senador com cartão de créditos: entre 2007 e 2009, ele gastou pouco mais de R$ 195 com faturas, uma média de R$ 195 por mês.
Nesse mesmo período, a denúncia lista uma série de transações realizadas pelo senador e terceiros e investimentos cuja origem do dinheiro não pode ser comprovada. Entre elas, um investimento de R$ 90 mil em uma corretora de ações (ele acabou perdendo o dinheiro, resultando em uma dívida de mais R$ 15,5 mil), a compra de 12 salas comerciais em um prédio na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, e registro de gastos no valor R$ 262 mil.
"Os extratos bancários do ex-deputado não registraram nenhum débito que fosse compatível com as datas e valores dos recebimentos informados pelas imobiliárias", diz o MP, que ainda concluiu que as despesas com as salas comerciais foram pagas com" cheques de terceiros e depósitos em espécie".
De acordo com a declaração do Imposto de Renda do senador no calendário 2008, o MP disse ter levantado a aquisição de empréstimos de familiares e assessores parlamentares que somariam R$ 230 mil, o que explicaria, em parte, uma fatia dos pagamentos realizados por ele.
Por meio de uma nota, a defesa de Flávio afirmou que a denúncia oferecida pelo MP-RJ não tem provas e é uma "crônica macabra".
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