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Gilmar Mendes retira de pauta julgamento sobre habeas corpus de Queiroz

O ministro Gilmar Mendes, do STF - Carlos Moura/SCO/STF
O ministro Gilmar Mendes, do STF Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo

01/12/2020 21h03Atualizada em 01/12/2020 21h35

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, adiou hoje o julgamento do habeas corpus que concedeu prisão domiciliar ao ex-assessor de Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, e da mulher, Márcia Aguiar. O julgamento teria início nesta sexta-feira (4) e seria feito pela Segunda Turma do tribunal em plenário virtual — ou seja, quando os votos são depositados de forma remota sem a realização de debates.

Embora a ação corra em sigilo, a movimentação processual indica que o julgamento virtual do habeas corpus foi retirado hoje da pauta. Ele havia sido incluído por Gilmar Mendes, relator do caso na Corte, no dia 25 de novembro.

Em agosto deste ano, o ministro do STF derrubou uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e determinou que Queiroz e sua mulher, Márcia, cumprissem prisão domiciliar. A PGR (Procuradoria-Geral da República) recorreu da decisão e o caso seguirá para julgamento da Segunda Turma.

A Segunda Turma é composta pelos ministros Cármen Lúcia, Edson Fachin, Nunes Marques e Ricardo Lewandowski, além do próprio Gilmar Mendes.

O caso

Queiroz cumpre prisão domiciliar desde o início de julho por decisão do presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, feita durante o recesso do Judiciário. A liminar também contemplou Márcia Aguiar, então foragida da Justiça. Noronha alegou os riscos de contágio do novo coronavírus para conceder o regime.

Relator do caso no STJ, o ministro Felix Fischer derrubou a decisão e determinou prisão preventiva do casal. Em agosto deste ano, Gilmar restaurou a prisão domiciliar dos dois a pedido da defesa de Queiroz.

Tanto Queiroz quanto Márcia usam tornozeleira eletrônica no regime de prisão domiciliar.

A prisão de Queiroz

Queiroz foi preso dia 18 de junho em Atibaia (SP), encontrado em residência que pertence ao advogado de Flávio Bolsonaro, Frederick Wassef. O ex-assessor foi detido por determinação da 27ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, que investiga o suposto esquema de rachadinha, prática que consiste na devolução de salário de assessores ao parlamentar.

Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que exerceu mandato de deputado estadual no Rio entre 2003 e 2019, nega ter conhecimento e participação no esquema.

Os possíveis crimes apontados pelo Ministério Público a Flávio e Queiroz são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.