Impeachment: Tribunal nega pedido de Witzel para suspensão de depoimentos
O Tribunal Misto formado por deputados estaduais e desembargadores do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) que julga o processo de impeachment do governador afastado Wilson Witzel (PSC), negou por 8 votos a 2, um pedido para suspensão da sessão que ouve testemunhas de acusação e defesa na manhã de hoje.
A solicitação foi feita pela defesa de Witzel, que alegou não ter condições de interrogar as testemunhas, já que só teve acesso ao inquérito do MPF (Ministério Público Federal) sobre os desvios na área da saúde na tarde de ontem (17).
O presidente do TJ-RJ, o desembargador Cláudio de Mello Tavares, iniciou a sessão lendo um despacho com a negativa para adiamento, o que provocou o descontentamento do advogado de Witzel, Roberto Podval. Ele protestou e houve uma áspera discussão entre os dois no plenário do Tribunal.
Ex-braço direito de Witzel se diz "inimigo" atualmente
Com o pedido negado, a primeira testemunha a depor foi o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico Lucas Tristão —conhecido informalmente como "braço direito de Witzel", devido à proximidade entre os dois.
Tristão está preso desde o dia 28 de agosto, quando foi alvo da operação Tris in Idem (a mesma que afastou Witzel do cargo) e, por isso, o depoimento dele é feito por meio de videoconferência.
Logo no começo do depoimento, ao ser questionado pelo presidente do TJ se ele se considerava amigo ou inimigo de Witzel, Tristão não hesitou. "Hoje eu me considero inimigo". No entanto, ele não respondeu o porquê da mudança no relacionamento com o governador afastado.
Tristão também negou a participação em fraudes contratuais durante a pandemia do coronavírus. "Nunca fui garoto de recados, nunca fiz interlocução de ninguém. Nunca falei por outra pessoa", afirmou ao ser questionado sobre os atos de corrupção do governo estadual.
Relatório aponta práticas criminosas de Witzel
O relatório de impeachment, produzido pela Comissão da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) que investigou a conduta do governador, apontou que a revogação por Witzel da desqualificação do contrato do Instituto Unir Saúde —que teria como sócio oculto o empresário Mário Peixoto, preso em maio— teria sido criminosa.
Witzel também teria tido participação em supostos superfaturamentos em compras para combate à pandemia do coronavírus.
O documento também afirma que o governador afastado "agiu em defesa de interesses privados".
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.