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Na primeira gestão, Covas não cumpre 35% do plano de metas em São Paulo

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB) - Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo
O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Bruno Covas (PSDB) Imagem: Newton Menezes/Futura Press/Estadão Conteúdo

Lucas Borges Teixeira

Do UOL, em São Paulo

24/12/2020 04h00

O governo Bruno Covas (PSDB) cumpriu 46 das 71 metas estabelecidas para o biênio da sua gestão em São Paulo (2019-2020). A maioria dos objetivos não alcançados é da área de infraestrutura em diferentes setores.

Em abril de 2019, um ano depois de assumir o lugar de João Doria (PSDB-SP), Covas aumentou o plano de metas estabelecido em 2017 de 53 para 71.

Ao fim do primeiro mandato, 25 (cerca de 35%) não foram cumpridas, de acordo com o relatório de metas atualizado pela prefeitura no último dia 16 de dezembro. O site Planeja Sampa, usado para divulgar o andamento de cada meta, está fora do ar desde fevereiro.

Entre as metas cumpridas estão entrega de 12 CEUs (centros educacionais unificados), aumento de corredores de ônibus e diversas obras de zeladoria. Já entre as ainda não realizadas estão construções de parques, pontes, calçadas e UPAs (unidades de pronto atendimento) e melhorias nas notas municipais do Ibed (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

No início do ano que vem, a gestão, reeleita, deve anunciar um novo plano de metas para os próximos quatro anos. O UOL procurou todas as secretarias envolvidas. Veja a seguir quais foram as metas não cumpridas:

Reduzir em 30% as entradas de reclamações sobre serviços de limpeza e de solicitações de capinação (metas 1.1 e 1.2)

O relatório informa apenas que houve a redução de 98% no estoque de solicitações de serviços, mas não revela se houve diminuição nas entradas destes pedidos. Procurada, a SMSub (Secretaria Municipal das Subprefeituras) não respondeu.

Recuperar 50 pontes, viadutos, passarelas e/ou túneis e inspecionar outras 185 (3.2 e 3.3)

Até agora, apenas 36 unidades estruturais foram recuperadas (72% da meta) e 85 foram inspecionadas (46%). Segundo o relatório, 186 inspeções "estão em andamento". Procurada, a Siurb (Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras) não respondeu.

Tapar 540.000 buracos (4.1)

O relatório fala em 94% da redução de demanda, mas não informa quantos buracos foram tapados no biênio.

Retirar 24.300 m³ de detritos de ramais e galerias (4.5)

Até novembro, foram removidos 18.208 m³ de detritos (75%).

Implantar 10 novos parques e revitalizar outros 58 (30.4 e 5.2)

Até então, apenas dois parques foram entregues (Nair Bello e Nascentes do Ribeirão Colônia) e 31 (53%) foram revitalizados. Procurada, a SVMA (Secretaria de Verde e Meio Ambiente).

Inaugurar a primeira etapa do Parque Minhocão (7.1)

Segundo o relatório da prefeitura, "o projeto teve seu andamento bastante prejudicado em função de decisão judicial liminar, mas após sua revogação, foi retomado", mas ainda não foi entregue.

Reduzir áreas inundáveis em 12,6% (9.1)

O relatório fala em 78 obras e ações de combate a enchentes, com redução de 1.197 pontos de alagamento e aumento de 32% no volume de reservação, mas não informa sobre áreas inundáveis. A Siurb também não respondeu.

Desmontar 14 ocupações em entroncamentos e vias arteriais (10.2)

Até então, foram realizadas nove desocupações. Ao UOL, a Sehab (Secretaria Municipal de Habitação) explicou que "as ações para as desocupações foram suspensas pelo judiciário em razão da pandemia do covid-19".

Requalificar 1,2 km da Avenida Santo Amaro com obras de urbanização (11.3)

O relatório fala em "diversas ações realizadas", mas não informa perímetro requalificado. A Siurb também não respondeu.

Implantar 173,35 km de infraestrutura cicloviária e requalificar outros 310,60 km (12.1 e 12.2)

Até novembro, a SMT (Secretaria Municipal de Transporte) havia construído 69,5 km (40% da meta) e requalificado 193 km (62%).

Criar 2.000 vagas em repúblicas e aumentar em 40% as saídas com autonomia (13.1 e 13.2)

Até então, foram criadas 1.360 vagas em repúblicas (68%) e 1.192 estão sendo implementadas, segundo o relatório. A SMADS (Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social) não informou se a meta será cumprida. Já o aumento de saídas com autonomia da população acolhida foi de 24%, afetada "em função da pandemia global do novo coronavírus", explica o relatório.

Atender a 80% do total das crianças de 0 a 6 anos em situação de vulnerabilidade nos 10 distritos mais vulneráveis (14.1)

Atualmente, cobertura de crianças de 0 a 6 anos em situação de vulnerabilidade nos 10 distritos mais vulneráveis é de 71,2%.

Reduzir a taxa de mortalidade infantil para 10,7 óbitos por mil residentes menores de um ano (14.2)

O relatório fala em número de mães e crianças atendidas, mas não informa a atual taxa de mortalidade infantil de cidade. Procurada, a SMS (Secretaria Municipal de Saúde) também não informou.

Entregar 21 mil unidades habitacionais (19.1)

Foram entregues 10.718 unidades habitacionais (51% da meta), parte delas em parceria com o governo do estado. Segundo o boletim, por causa da pandemia, "a partir de março exigiu-se o replanejamento das atividades de pré-ocupação junto às famílias e cronograma de entrega dos empreendimentos".

Atingir 6,5 e 5,8 no IDEB dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, respectivamente (21.1 e 21.2)

São Paulo teve nota 6 no IDEB 2019 para os anos iniciais e 4,8 para os anos finais.

Reformar ou reequipar 350 unidades de saúde (22.2)

Até então, 149 unidades de saúde foram reformadas (42% da meta).

Construir e equipar 12 UPAs (unidades de pronto atendimento) (23.4)

A prefeitura entregue sete UPAs até novembro de 2020.

Baixar para 30 dias o tempo médio em dias entre a data de solicitação e a data de realização dos exames prioritários (26.1)

O relatório afirma que, "com a chegada da pandemia no município, a meta de redução do tempo médio de exames foi afetada", mas não informa o tempo médio atual. A SMS também não respondeu.

Alcançar 100% de distritos com 100% de atendimento de coleta seletiva (28.1)

Até então, a coleta seletiva atende 76% dos distritos. "A maior parte do território não coberto hoje pelo serviço são locais de difícil acesso ou que não permitem a passagem de caminhão", informa o relatório.