Sem citar Doria, Bolsonaro critica: Fica todo mundo em casa e vou a Miami
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), criticou indiretamente o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), por ele ter viajado para Miami, nos Estados Unidos, depois de declarar a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo de retomada econômica. No estado, durante o Natal e Ano-Novo só será permitido o funcionamento de serviços essenciais.
"Vai ficar todo mundo em casa que vou passear em Miami, pelo amor de Deus. Fecha São Paulo e vai passear em Miami? Isso é crime", afirmou Bolsonaro durante transmissão ao vivo. E citou ainda que "[ele] chega lá sem máscara".
Doria determinou o uso obrigatório de máscara em maio, em todo o estado de São Paulo, como medida de proteção contra o novo coronavírus. Bolsonaro sempre foi contra a medida.
Na transmissão semanal, o presidente reclamou também das restrições no funcionamento do comércio paulista —novamente sem citar nominalmente Doria.
"Não é para fechar tudo, acabar com a economia. Tivemos aqui um governador, olha a irresponsabilidade. Um governador fechou, ele assinou um decreto fechando o estado dele dia 25, 26 e 27, depois fecha 1, 2 e 3 de janeiro. Não entendi."
O governador paulista retornou ontem dos EUA, depois de receber críticas pela viagem e receber a notícia de que o vice-governador, Rodrigo Garcia (DEM), foi diagnosticado com a covid-19. Pelas redes sociais, hoje Doria se desculpou e afirmou que a viagem já estava marcada.
"Eu já estou de volta a São Paulo. Mas antes de explicar a você as razões da minha viagem e do meu retorno, quero transmitir aqui as minhas desculpas. Desculpas àqueles que imaginaram que eu estava aqui deixando a cidade ou o Estado de São Paulo, depois de medidas restritivas, para desfrutar uma vida confortável com menos restrições em Miami", disse.
Apesar de ter criticado a ida de Doria aos Estados Unidos, Bolsonaro voltou a dizer que há "uma certa histeria", quando falou sobre a questão das viagens na pandemia.
"Estamos meio limitados em viagem, no meu entender uma certa histeria. Tem que tomar cuidado com vírus sim, quem tem comorbidade, uma certa idade, mas não é para fechar tudo, acabar com a economia", disse o presidente ao artista Romero Britto, que participou do final da live.
Eficácia de vacina
Na live, Bolsonaro também disse que o percentual de eficácia da CoronaVac está baixo. Ele não apresentou dados ou pesquisa sobre a vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e pelo Instituto Butantan, que é vinculado ao governo paulista.
Ontem, o Butantan e o Governo de São Paulo não divulgaram a eficácia do imunizante. Porém, o instituto informou que ela está dentro do limite para pedido de uso emergencial na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"A eficácia daquela vacina de São Paulo está lá embaixo, está lá embaixo. Não vou divulgar percentual aqui porque se eu errar 0,001% vou apanhar da mídia, mas o percentual aprece que esta la embaixo levando-se em conta a outra", afirmou Bolsonaro.
A CoronaVac também está sendo testada em outros países. A Turquia informou hoje que a vacina apresentou 91,25% de eficácia nos testes da fase 3 realizados no país. Os pesquisadores ainda afirmaram que essa taxa pode aumentar quando os resultados avançados forem divulgados.
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