Atiradores mataram delator do PCC em 7 segundos; comparsa deu coordenadas
O DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) apurou que atiradores levaram apenas sete segundos para matar o empresário Antônio Vinícius Gritzbach, 38, delator do PCC (Primeiro Comando da Capital), com 10 tiros de fuzis no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O crime aconteceu no último dia 8.
Agentes do departamento disseram à reportagem que a ação foi planejada, ensaiada, sincronizada e contou com a ajuda de algum comparsa dos atiradores que se encontrava no saguão do aeroporto e avisou por telefone celular o exato momento em que a vítima estava do lado de fora, na faixa de pedestres.
Os policiais conseguiram novas imagens sobre a dinâmica do crime e também do Gol preto usado na ação. O veículo dá três voltas no entorno do setor de desembarque do terminal 2. Depois para atrás de um ônibus estacionado da GCM (Guarda Civil Metropolitana).
Assim que os atiradores recebem o aviso do comparsa que estava dentro do saguão do aeroporto, o Gol preto sai bem devagar e passa pelo ônibus. Dois homens armados descem do automóvel, bem frente a Gritzbach, e disparam contra ele. A morte foi instantânea.
A Polícia Civil já tem informações do comparsa que passou as coordenadas do empresário para os atiradores. "Nós vamos analisar o telefone celular dele mais rápido do que ele imagina", revelou uma fonte. Os agentes também têm informações sobre o veículo usado no crime.
O Gol preto pertencia a uma mulher, moradora no Conjunto Habitacional Teotônio Vilela, na região de Sapopemba, na zona leste paulistana. Ela vendeu o carro para um homem. O novo proprietário foi ouvido no DHPP e a participação dele no crime foi descartada.
Fontes do DHPP disseram ainda que a linha de investigação se concentra na pessoa que estava no saguão do aeroporto e passou aos parceiros as informações sobre o momento em que Gritzbach sai pela porta automática e atinge a parte externa do terminal 2.
Quando o informante deu o sinal aos comparsas, Gritzbach atravessava a faixa com a a namorada dele, Maria Helena Paiva Antunes, 29. O soldado da Polícia Militar, Samuel Tillvitz da Luz, 29, um dos escoltas do empresário, estava armado, ao lado dele.
Semana decisiva
A força-tarefa criada para investigar o assassinato de Gritzbach espera ter importantes novidades até a próxima terça-feira. É quando deverão ficar prontos os testes de DNA relacionados aos materiais genéticos e digitais coletados no Gol preto e nas armas e objetos abandonados pelos atiradores.
Agentes da força-tarefa afirmaram que peritos da Polícia Científica coletaram materiais suficientes para realizar os exames. O DNA é uma ferramenta essencial para a perícia e será usado para tentar identificar os autores do crime.
Os peritos também irão analisar os telefones celulares apreendidos com os cinco policiais militares da escolta de Gritzbach, incluindo o do soldado Samuel; da namorada do empresário; do motorista Danilo Lima Silva, 35; e o aparelho da própria vítima.
Além de delatar integrantes da cúpula do PCC envolvidos com lavagem de dinheiro, o empresário também acusou policiais civis de corrupção, entre eles um delegado e dois investigadores do DHPP. Depois disso passou a sofrer ainda mais ameaças de morte.
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