Mourão evita entrar em conflito entre Doria e Pazuello: 'tudo politicagem'
O vice-presidente, Hamilton Mourão (PRTB), evitou hoje (18) comentar os atritos de ontem (17) entre o Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), depois que o estado promoveu um ato simbólico em que a primeira pessoa, a enfermeira Mônica Calazans, foi vacinada no país.
"Ah, isso aí eu não vou entrar nesse detalhe. Isso aí tudo é politicagem. Eu não entro na politicagem. O meu caso aqui, você sabe que eu lido com as coisas de forma objetiva. Isso aí eu deixo de lado", disse o vice.
A disputa política entre o Ministério e o governo estadual se dá na esteira do aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ao uso emergencial das duas vacinas cujos estudos avançaram no país: a CoronaVac (Instituto Butantan-SP) e a AstraZeneca (Fiocruz-RJ). Por enquanto, apenas a primeira está disponível.
A CoronaVac, fabricada e desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac, foi uma aposta do governo de São Paulo logo no começo da pandemia.
A gestão Doria, que é rival do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e deve enfrentá-lo na eleição presidencial em 2022, continuou a vacinação hoje. O governo federal, por sua vez, quer garantir a distribuição proporcional das doses e a igualdade entre os estados.
Ontem, Pazuello afirmou que São Paulo estaria "em desacordo com a lei" ao promover o ato simbólico dando a largada para a vacinação. Isso porque há um contrato de aquisição de 100% dos lotes da CoronaVac pelo Ministério da Saúde. No documento, segundo os argumentos do ministro, há uma cláusula de exclusividade.
A União exige que, por força dessa cláusula, o Instituto Butantan (SP), órgão estadual responsável pelos estudos da CoronaVac, encaminhe imediatamente ao Ministério da Saúde todas as doses disponíveis do imunizante. Por esse motivo, em tese, Doria não poderia ter feito o evento de ontem, de acordo com o entendimento do governo federal.
Imunidade para 15% a 20% do grupo prioritário, diz Mourão
Para o vice-presidente, a vacinação deve começar o quanto antes. Questionado nesta manhã sobre o assunto, ele respondeu: "Lógico, já estão sendo distribuídas as vacinas hoje."
"A ideia é que a partir de quarta-feira os diferentes estados comecem a vacinar. É óbvio que o primeiro lote vai permitir entre 15 e 20% daquele grupo 1. Mas a partir daí começam a chegar os outros lotes. Julgo aí pelos cálculos que estão sendo feitos que a partir de abril a gente entra num modo contínuo de vacinação, e consequentemente, numa situação melhor para o país como um todo."
Mourão também elogiou o trabalho da Anvisa, que ontem decidiu pelo aval ao uso emergencial das vacinas depois de uma longa reunião que foi transmitida ao vivo pela internet e por emissoras de TV —fato que gerou grande repercussão e expectativa por parte da população.
"Minha gente, há três meses atrás, vocês são testemunhas, o que que eu falei? Que nós íamos ter vacina, que a vacina seria aprovada. A Avisa fez excelente trabalho dela. Tem aí duas vacinas aprovadas. Tem vacina contratada para até o final do ano vacinar 70% da população brasileira, e, consequentemente, a gente chegaria numa situação, ao fim dessa ano, com liberdade de manobra em relação à essa pandemia", comentou o vice.
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