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Bolsonaro posta fala de desembargador que chamou isolamento de 'palhaçada'

Mensagem compartilhada hoje por Bolsonaro vai de encontro ao que a OMS recomenda para evitar a propagação da covid-19 -
Mensagem compartilhada hoje por Bolsonaro vai de encontro ao que a OMS recomenda para evitar a propagação da covid-19

Do UOL, em São Paulo

25/01/2021 10h40Atualizada em 01/02/2021 11h17

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou hoje, nas redes sociais, um discurso do novo presidente do TJMS (Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul), Carlos Eduardo Contar, que defende o retorno ao trabalho presencial durante a pandemia da covid-19, para pôr fim ao que o desembargador considera como "esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre".

O discurso do desembargador foi realizado na última sexta-feira (22), com críticas ao isolamento social. Para ele, os que defendem o "fique em casa" são "picaretas".

"Voltemos nossas forças ao retorno ao trabalho, deixemos de viver conduzidos como rebanho para o matadouro, daqueles que veneram a morte, que propagandeiam o quanto pior melhor. Desprezemos o irresponsável, o covarde e picareta de ocasião, que afirme 'fique em casa, não procure socorro médico com sintomas leves. Não sobrecarreguem o sistema de saúde'. É, paciência senhores, os tempos realmente são estranhos", declara o presidente do TJMS no vídeo compartilhado por Bolsonaro.

Em outro trecho do vídeo que foi registrado durante a cerimônia de posse do desembargador, há menção ao retorno presencial do trabalho, ideia defendida por Bolsonaro desde o início da pandemia.

"Mostremos nós, trabalhadores do serviço público, responsabilidade com os deveres e obrigações com aqueles que representamos, e por isto mesmo, retornemos com segurança, pondo fim à esquizofrenia e palhaçada midiática fúnebre, honrando nossos salários e nossas obrigações, assim como fazem os trabalhadores da iniciativa privada, que precisam laborar para sobreviver e não vivem às custas da viúva estatal com salários garantidos no fim de cada mês", alegou o desembargador.

Prejuízos para a popularidade

Em 25 de março de 2020, período em que o Brasil dava início ao isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro defendeu o fim das medidas de prevenção contra a covid-19 e alegou que não estava preocupado com o impacto que o posicionamento pudesse gerar para a sua popularidade.

"É mais fácil fazer demagogia diante de uma população assustada, do que falar a verdade. Isso custa popularidade. Não estou preocupado com isso! Aproveitar-se do medo das pessoas para fazer politicagem num momento como esse é coisa de COVARDE! A demagogia acelera o caos", escreveu o presidente nas redes sociais.

Dados divulgados pelo Datafolha mostram que para 46% dos brasileiros, o governador João Doria (PSDB-SP) fez mais contra a pandemia do coronavírus do que o presidente Jair Bolsonaro. A pesquisa nacional foi realizada entre os dias 20 e 21 de janeiro e ouviu 2.030 pessoas, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.