Primeiro Bozo do Brasil aprova apelido de Bolsonaro e reprova carreatas
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Os ativistas de esquerda e de direita que fizeram carreatas no sábado e no domingo em várias cidades do Brasil tinham algo mais em comum além de reivindicar o impeachment de Jair Bolsonaro. Nos dois grupos, muitos manifestantes usaram o mesmo apelido para se referir ao presidente da República: Bozo.
O batismo vem desde a campanha eleitoral, quando militantes adversários não queriam escrever nas redes sociais o sobrenome Bolsonaro, sob a alegação de que o estariam promovendo. Foi assim que o então candidato passou a ser chamado pelo nome do palhaço que foi campeão de audiência no SBT, de 1980 a 1982. Nas carreatas do fim de semana, o apelido voltou com força.
Primeiro a interpretar o personagem no Brasil, Wanderley Tribeck, hoje com 70 anos, diz que chamar Bolsonaro de Bozo é o mesmo que elogiá-lo. "Bozo é um personagem sério, um personagem bom, honesto", disse ele à coluna. "Eles não têm nada a dizer de ruim sobre o personagem".
Tribeck é eleitor de Bolsonaro. Abandonou a carreira artística e há sete anos se tornou pastor da Assembleia de Deus na cidade catarinense de Criciúma, onde, segundo ele, a manifestação a favor do impeachment foi pequena. "Meia dúzia de carrinhos, só", afirma.
"O pessoal tinha que parar com esse negócio, por muito tempo a onda vai ser Bolsonaro", defende Tribeck. "Não adianta a mídia ficar pegando no pé do filho dele, no pé da mulher dele. O cara que é Bolsonaro é igual ao cara que é flamenguista: não muda".
Em fevereiro do ano passado, ele fez um vídeo em apoio ao presidente, que reproduziu a gravação em suas redes sociais.
O ex-palhaço não concorda com as críticas feitas ao ocupante do Palácio do Planalto pelos erros no combate à pandemia. Repete a argumentação divulgada por Bolsonaro de que ele foi impedido de atuar pelo Supremo Tribunal Federal, que teria repassado a responsabilidade a estados e municípios (não é verdade: os ministros decidiram que a ação é compartilhada).
"Sou cristão, a favor da família, contra as drogas e contra o aborto. Bolsonaro segue a cartilha de Deus e eu gosto dele por isso. Enquanto continuar assim vou votar nele sempre", diz Tribeck.
Ele gosta que usem o nome de Bozo para se referir ao presidente. "É sinal que ainda lembram de mim", orgulha-se.
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