Para rifar Simone Tebet, Alcolumbre oferece ao MDB cargo prometido ao PSD
A negociação do MDB junto ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para cargos importantes a emedebistas na Casa, caso Rodrigo Pacheco (DEM-MG) vença a disputa por sua sucessão na Presidência, tem em vista um cargo que já teria sido prometido ao PSD, alegam senadores deste último partido.
A preferência ao PSD para ocupar a primeira vice-presidência da Mesa Diretora do Senado foi acordada com Alcolumbre pelo fato de o partido ter sido o primeiro a embarcar na candidatura de Pacheco e, antes das conversas com o MDB, ter a maior bancada de senadores ao seu lado, afirmam seus correligionários. Atualmente, o MDB conta com 15 senadores e o PSD, 11.
No entanto, agora, o MDB negocia com Alcolumbre também a primeira vice em meio à tentativa de garantir espaços importantes no Senado após sua cúpula considerar que a candidata da própria sigla, Simone Tebet (MDB-MS), não deslanchou.
A argumentação do MDB é que Alcolumbre os procurou pretendendo respeitar a proporcionalidade -ou seja, o tamanho das bancadas na Casa. Quanto maior a bancada, maior a prioridade a cargos importantes na Mesa e em comissões.
Alcolumbre e Pacheco pensam, para ocupar a vice-presidência, nos emedebistas Fernando Bezerra Coelho (PE), que é líder do governo no Senado, e Eduardo Gomes (TO), líder do governo no Congresso.
O PSD pretende ver no cargo o senador Lucas Barreto (AP). Hoje a primeira vice já é ocupada por um parlamentar do PSD. No caso, Antonio Anastasia (MG).
Senadores do PSD ouvidos pelo UOL afirmam que, até o momento, não foram comunicados de qualquer mudança por Alcolumbre, mas rechaçam a possibilidade de abrirem mão facilmente do cargo. É esperado que a questão seja resolvida em almoço no domingo (31). De qualquer maneira, os cargos na Mesa Diretora também são escolhidos por eleição entre os pares.
A primeira vice-presidência do Senado é cobiçada por substituir o presidente da Casa em caso de sua ausência. Nesse caso, pode convocar sessões e determinar o ritmo da pauta, por exemplo.
O PSD também procura manter a 1ª secretaria - passando de Sérgio Petecão (PSD-AC) ao Irajá (PSD-TO) - e o comando da Comissão de Assuntos Econômicos, hoje com Omar Aziz (PSD-AM).
Em troca da Comissão de Relações Exteriores, que passaria à Kátia Abreu (PP-TO), o PSD ficaria com a Comissão de Infraestrutura.
O MDB busca continuar à frente de secretarias e da Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes do Senado e atualmente presidida por Simone Tebet.
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