Após sofrer críticas de 'submissão', Pacheco defende autonomia do Senado
Após sofrer críticas por adversários de que poderia ser submisso a outros Poderes, como o Executivo federal comandado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), se eleito, o candidato à Presidência do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG) defendeu hoje a autonomia da Casa e a democracia, além de tentar se mostrar como um pacificador.
Ele tem por trás de sua candidatura o apoio do atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e conta com a preferência do Palácio do Planalto. Por isso, em discursos momentos antes de Pacheco, os candidatos Jorge Kajuru (Cidadania-GO), Lasier Martins (Podemos-RS) e Major Olímpio (PSL-SP) indicaram haver uma interferência indevida de outros Poderes na eleição da Casa.
Os três falaram no plenário que iriam retirar as candidaturas em favor de Simone Tebet (MDB-MS) e votar nela. Simone foi rifada pelo MDB após Alcolumbre oferecer a emedebistas maior espaço ao partido em cargos no Senado a que não teriam direito se continuassem apoiando a candidata.
"Não haverá nenhum tipo de influência externa capaz de influenciar a vontade livre e autônoma dos senadores. A busca do consenso haverá de ser uma tônica, mas há instrumentos e procedimentos próprios da democracia para se extrair uma conclusão. A conclusão que advenha da vontade da maioria. Portanto, asseguro, com toda a força do meu ser, que o meu propósito é de independência em relação aos demais Poderes e em relação às demais instituições buscando sempre harmonizar o Poder Legislativo com os demais Poderes da República", declarou Pacheco.
"Essa Casa é a Casa da federação, e a defesa da autonomia de cada um dos entes federados nacionais, haja vista que a República é a união indissolúvel desse entes federados, deve ser a tônica da administração de um presidente do Senado, do trabalho do Senado da República, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios", também afirmou.
No início da fala, Pacheco elogiou a condução de Alcolumbre à frente do Senado, ao contrário dos demais senadores a discursarem antes dele, citando sua gestão como "equilibrada, assertiva" e "de resultados". Para Pacheco, Alcolumbre atuou de forma "democrática", com diálogo e representa a "humildade sem submissão".
Se eleito, Pacheco disse que se guiará pelo tripé de "saúde pública, desenvolvimento social e crescimento econômico", com ações de combate aos efeitos socioeconômicos negativos causados pela pandemia do novo coronavírus.
Ele ainda se comprometeu a convocar reuniões da Mesa Diretora do Senado e discutir as pautas da Casa em conjunto com o colégio de líderes partidários de forma regular. A falta desses encontros é uma crítica de parte dos senadores atualmente.
"Tudo isso proponho que seja feito num ambiente democrático, evidentemente, de respeito, mas de algo e de uma palavra que quero dizer de maneira muito especial a cada um dos senhores, porque tenho certeza de que os 81 senadores entendem que isso é imprescindível para o Brasil, que é a da pacificação", disse.
"A pacificação das instituições, a pacificação dos Poderes, a pacificação entre nós senadores", completou.
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