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Pazuello deve ir ao Senado para dar explicações pelas próximas semanas

                                 Rodrigo Pacheco é o novo presidente do Senado                              -                                 EDILSON RODRIGUES/AGêNCIA SENADO
Rodrigo Pacheco é o novo presidente do Senado Imagem: EDILSON RODRIGUES/AGêNCIA SENADO

Natália Lázaro

Colaboração para o UOL, em Brasília

05/02/2021 16h22

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deve comparecer ao plenário da casa pelas próximas semanas para dar explicações sobre a condução da pandemia no Brasil.

O chefe da pasta foi convidado ontem durante primeira sessão na casa para comparecer antes da instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que vai investigar os encaminhamentos do governo federal contra a covid-19.

"É preciso identificar quais são os motivos que levaram Manaus a enfrentar problemas tão graves em razão da segunda onda do coronavírus", adiantou ele.

"Enquanto não se delibera a instalação da CPI, ontem aprovamos no plenário o comparecimento do Pazuello para que esteja no Senado para dar explicações sobre a política do Ministério da Saúde ao enfrentamento do coronavírus, os acertos e os erros, sobretudo os erros. E esse comparecimento deve se dar nas próximas semanas", acrescentou, durante visita de cortesia na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Pacheco também retomou a conversa que teve com o ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem, em Brasília, com pauta do auxílio emergencial no país. Ele comentou que a decisão sobre o benefício deve ser feita "o mais rapidamente possível".

Apesar do teto de gastos como "tônica do trabalho e pensamento", ele assumiu que pode haver uma "relativação do teto" por conta do "estado de necessidade", que é a pandemia do novo coronavírus. Porém, o Senado e equipe econômica vão trabalhar "até o ultimo minuto para compatibilizar a necessidade de acolhimento com programa social" para não extrapolar os valores do teto.

"Outra base é desenvolvimento social. É fundamental que a gente tenha uma assistência às pessoas, seja o incremento ao Bolsa Família, seja programa análogo ao auxílio do ano passado. E agora é preciso socorrer novamente, talvez não no mesmo molde, não com a identidade de programa, mas deve ter essa assistência imediata", completou.

Ele também adiantou que a primeira reunião de líderes está marcada para às 10h da terça-feira com pautas econômicos, como Pacto Fiscal, PEC federativo e reforma tributária.

Pacheco fez sua primeira volta a Minas depois de eleito presidente da casa, essa semana. Ele cumpriu agendas de cortesia aos chefes da política local para discutir pautas em comuns e poder levá-las a plenário do Congresso Nacional.

Entre sexta-feira e domingo, Pacheco tem agendas com o colega pessoal e governador de Minas, Romeu Zema (Novo), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Agostinho Patrus (PV).

Em discurso à ALMG, ele chamou de "maturidade política" o apoio de partidos de diferentes "espectros políticos" durante campanha. "Isso é fruto de um trabalho coletivo que envolveu inúmeros senadores de todos espectros políticos, de direita ou esquerda, dentro da conscientização que precisava de um harmonia no senado", comentou.

Impeachment de Bolsonaro

Ainda na visita, Pacheco descartou a possibilidade do implemento de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Impeachment é algo muito sério, grave, abala as estruturas da República", opinou. "Esse é o momento de necessidade de crescimento da economia do Brasil, dar assistência de toda forma, precisamos dar vacina. Então não me permito falar sobre impeachment nesse momento", afirmou.

"Não vou falar de hipótese, mas o que penso em relação é que seria uma instabilidade muito grande nesse momento no Brasil pensar isso", concluiu.

Questionado pelos jornalistas, ele tentou esquivar da pergunta sobre possibilidade de candidatura pelo PSD em 2022, mas se mostrou interessado na filiação à sigla.

"Não me permito sentar em uma cadeira de presidente do Senado em um momento crítico que estamos vivendo e pensar em 2022, mas o gesto do PSD foi muito significativo pra minha candidatura", comentou, ao dizer que o apoio do partido foi "fundamental" para a eleição que o tornou presidente do Senado.