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Comissão de Ética da Alesp aceita denúncia de assédio de Penna contra Cury

Andréia Martins

Do UOL, em São Paulo

10/02/2021 12h44Atualizada em 10/02/2021 16h10

A Comissão de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) aceitou hoje a denúncia por assédio contra o deputado estadual Fernando Cury (Cidadania), que apalpou a deputada Isa Penna (PSOL) durante uma sessão da Casa em dezembro. A informação foi confirmada ao UOL pela assessoria da deputada, autora da denúncia.

As câmeras flagraram toda a cena. Cury alegou, em defesa prévia, que foi um "rápido e superficial abraço". Agora, a defesa do deputado tem cinco sessões ordinárias para se manifestar.

Depois, o relator do caso, Emídio de Souza (PT), terá de apresentar seu parecer dentro de 15 dias. O relatório do petista será, então, votado pelo Conselho. Entre as penas possíveis para Cury, se ele for considerado culpado, estão advertência verbal, suspensão temporária e cassação do mandato.

"Por unanimidade, por 10 a 0, o Conselho de Ética aceita a denúncia do caso de assédio que sofri do deputado Fernando Cury (Cidadania) e isso significa que a denúncia será investigada e debatida pelo próprio Conselho. Apesar desse ótimo resultado, não podemos baixar a guarda, pois a cassação não está garantida. A luta continua para que não haja impunidade no caso!", escreveu Penna ao comentar sobre a decisão em seu Twitter.

Todos os nove integrantes da comissão participaram da sessão: Adalberto Freitas (PSL), Emídio de Souza (PT), Barros Munhoz (PSB), Wellington Moura (Republicanos), Delegado Olim (PP), Alex de Madureira (PSD), Campos Machado (Avante), Erica Malunguinho (PSOL), substituindo Carlos Giannazi, e Maria Lucia Amary (PSDB), que preside a Comissão de Ética.

Penna, o advogado de Fernando Cury, Roberto Delmanto Junior, e o corregedor da Alesp, Estevam Galvão (DEM), com direito a voz e voto, também acompanharam a sessão.

No início da sessão, dois pedidos de suspeição foram rejeitados pelo Conselho. Isa Penna pediu que Alex de Madureira (PSD) fosse retirado da votação, por sua participação no caso. Um vídeo obtido pelo UOL mostrou que Cury teve a companhia de Madureira (PSD) antes, durante e depois do assédio cometido.

Já a suspeição de Erica Malunguinho, pedida por Delmano Junior sob alegação de que a deputada se manifestou publicamente contra Cury em suas redes sociais, foi negada por todos os integrantes da comissão.

O deputado Wellington Moura também questionou a presença da deputada Isa Penna, o que é permitido pelo regimento, assim como era permitida a presença do advogado de Cury.

Ontem, ao apresentar sua defesa prévia, Cury tentou tirar os deputados Carlos Giannazi, Malunguinho e Monica Seixas da sessão, pedindo que eles fossem considerados parciais. O pedido foi negado.

Cury enfrenta outros procedimentos em duas frentes: a representação junto ao Ministério Público — que pode levar a uma ação criminal — e um processo interno no Cidadania que pode expulsá-lo da sigla.