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Flávio Dino rebate Bolsonaro: 'confunde a Polícia Federal com uma milícia'

Governador do Maranhão, Flavio Dino contestou números apresentados por Bolsonaro  - Divulgação
Governador do Maranhão, Flavio Dino contestou números apresentados por Bolsonaro Imagem: Divulgação

Do UOL, em São Paulo

12/02/2021 08h28

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), rebateu Jair Bolsonaro (sem partido) por uma declaração feita na live de ontem e disse que o presidente da República "confunde a Polícia Federal com uma milícia e milicianos".

Bolsonaro disse durante a sua live semanal que "perguntaria para a Polícia Federal" sobre recursos que foram enviados ao estado ao longo do último ano. Flávio Dino também questionou os números apresentados pelo presidente.

"Bolsonaro inventou uma conta sobre dinheiro destinado ao governo do Maranhão. Mistura estado, municípios e auxílio emergencial para criar factoide. Bolsonaro confunde a Polícia Federal com uma milícia e milicianos. Não tenho medo nem de polícia nem de milícia", escreveu Flávio Dino.

A polêmica entre governo federal e o governo de Maranhão cresceu durante a semana depois que Flávio Dino ajuizou uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para que o governo federal reative o pagamento de leitos de UTI para atendimento de covid-19.

Em sua live, Bolsonaro disse que o governo federal destinou R$ 19 bilhões ao estado, incluindo R$ 12 bilhões de valor de auxílio emergencial. Ele ainda disse que a secretaria de saúde do estado recebeu R$ 1,3 bilhão ao longo de 2020, sendo R$ 300 milhões para leitos de UTI.

"Cadê os leitos de UTI? Sumiu tudo? O secretário disse que não estamos ajudando. Para onde foi essa grana? Acho que vou perguntar para a Polícia Federal. Para tirar a pratos limpos, já que não tem dinheiro foi dado, para onde foi esse recurso", disse.

Renda per capita

Bolsonaro ainda voltou a citar o partido de Dino sugerindo que o Maranhão tem um governo comunista. "O Maranhão é o estado com menor renda per capita (por pessoa) do Brasil. Não é à toa que é governado pelo Partido Comunista do Brasil. Onde o comunismo cresce é exatamente em cima da miséria. Nos estados de renda maior, quase não tem parlamentar desse partido", disse.

Em dados divulgados no ano passado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística), o Maranhão aparece com a pior renda domiciliar per capita do Brasil em 2019, com R$ 635,58. A média nacional foi de R$ 1.439.

Na ocasião, o governo do Maranhão destacou em nota avanços no índice nos últimos anos. O estado historicamente ocupa as última posições do ranking brasileiro de renda per capita.

"O Governo do Estado pontua que o rendimento domiciliar per capita do Maranhão passou de R$ 605,00, em 2018, para R$ 636,00, em 2019. Esse foi o 13º melhor resultado do Brasil, em termos de crescimento nominal. Em relação ao ano de 2014 (R$ 461,00), o crescimento foi de 37,9%, o 10º maior crescimento do país. Dessa forma, o Maranhão aumenta sua participação na renda do Brasil, que era de 43,8% em 2014 e passou para 44,2% em 2019, de acordo com dados divulgados pelo IBGE", disse a nota.