Caso Daniel Silveira: relatora diz que foi escolhida por ser 'discreta'
A deputada federal Magda Mofatto (PL-GO), relatora do caso sobre a prisão do deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) na Câmara, atribuiu a escolha de seu nome ao seu comportamento "discreto" e de "independência".
O nome dela causou surpresa, porque ontem havia a expectativa de que Carlos Sampaio (PSDB-SP) fosse o relator do caso. O tucano indicou que votaria pela manutenção da prisão de Silveira, determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes depois que o parlamentar divulgou um vídeo defendendo uma "surra" no ministro Edson Fachin e a volta da ditadura militar e do AI-5 (Ato Institucional número 5).
"Vai ser realmente uma decisão histórica, essa decisão inclusive foi por conta do meu comportamento, tenho um comportamento sempre muito discreto, de independência, e essa independência, essa posição minha de discrição é necessária para que a gente possa fazer um relatório onde a gente olha a Constituição, a legitimidade, a situação com critérios específicos sem contudo tomar um partido sentimental", disse a parlamentar em entrevista à Globonews.
Assim como já havia dito em entrevista ao UOL, Magda afirmou que não tinha um relatório finalizado sobre o caso, sem ter decidido ainda como votará, se a favor da prisão ou da soltura de Silveira — ela disse que está conversando com colegas a respeito do tema. A deputada classificou, no entanto, as palavras do colega como "gravíssimas".
"É indiscutível que foi uma surpresa geral, todos nós fomos surpreendidos por essa ação, uma ação com certeza inesperada, porém tem que ter muita calma nessa decisão, não pode ser precipitada, ainda não tenho um relatório finalizado, ainda estou trabalhando em cima, meus assessores estão me ajudando. No entanto é bastante complexo, as palavras dele são realmente graves, gravíssimas, então precisa realmente uma análise imparcial para que a gente possa tomar essa decisão nesse momento tão difícil", acrescentou.
Questionada sobre a convivência com Silveira, ela disse que conversou "algumas vezes" com ele, mas que não tinha nada a comentar com relação ao mandato do colega.
"A atuação dele nada a comentar, a gente sabe que é um policial, os policiais têm um comportamento às vezes mais truculenta, o cargo de polícia faz com que a pessoa seja mais truculenta. Mas nada a comentar com relação ao mandato dele", disse.
A votação que decidirá se os deputados manterão ou não a prisão de Silveira está agendada para as 17h de hoje. A decisão será concedida por maioria absoluta, ou seja, 257 votos ou mais a favor ou contra a prisão.
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