Toffoli: Silveira diz se arrepender, mas depois repete de forma mais grave
O ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) já se disse arrependido anteriormente de atos similares aos que levaram à sua prisão na última semana, mas depois repetiu as atitudes de maneira mais grave.
Em entrevista à TV Bandeirantes, Toffoli afirmou que a reincidência é um dos fatores que justificam a determinação do ministro Alexandre de Moraes, referendada pelo plenário do STF, de expedir uma ordem de prisão contra o deputado que já era investigado no inquérito que apura atos antidemocráticos.
Na última semana, Silveira postou um vídeo com ataques aos ministros da corte e defendendo o AI-5 (Ato Institucional número 5), um dos mais duros instrumentos de repressão da ditadura militar. Ele já tinha feito discursos parecidos e, segundo Toffoli, voltado atrás em depoimentos oficiais.
"Esse deputado já estava sob investigação porque já havia postado questões similares a essa que levou ele à prisão. Quando ele foi depor na PF (Polícia Federal), tal qual agora perante os seus colegas em suas defesa na Câmara, ele disse que se arrependia, que não pensava aquilo, que foi mal interpretado e que nunca mais faria aquilo", disse.
"Aquela manifestação que levou à prisão não foi a primeira. E mais, ele já tinha se dito arrependido. Ou seja, ele se mostra uma pessoa que, quando é submetido a uma investigação, se arrepende de tudo. Depois repete e reitera de maneira mais grave, e mais drástica", completou.
Daniel Silveira foi preso na noite da última terça-feira após determinação do ministro Alexandre de Moraes, que comanda o inquérito que apura atos antidemocráticos. No dia seguinte, o plenário referendou a decisão em uma votação unânime.
Na última sexta-feira, a Câmara dos Deputados decidiu manter Daniel Silveira preso, sendo que 364 deputados foram a favor da manutenção da prisão, 130 foram contra e 3 se abstiveram.
Durante a sessão que decidiria sobre sua liberdade, Silveira adotou tom sensivelmente mais brando e um novo discurso, agora ressaltando a importância da Corte.
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