PT busca apoio a Haddad em Minas Gerais, mas Kalil desconversa sobre 2022
Pré-candidato do PT a presidente, Fernando Haddad vai se encontrar com o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD) na quinta-feira. Os petistas enxergam que é uma aproximação importante para as eleições de 2022. Mas Kalil é mais cauteloso, apesar de admitir parcerias para possivelmente participar da eleição para o governo de Minas Gerais.
Minas é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e tem se firmado como um estado chave para disputas presidenciais. Desde a redemocratização, ninguém foi eleito sem vencer entre os mineiros. E Kalil ganha ainda mais relevância por ser um prefeito bem avaliado - foi reeleito em 2020 com 63,3% dos votos.
Questionado se vai vetar aliança com o PT, Kalil dá uma resposta enigmática. "Não sou avesso a ninguém. Sou avesso a quem rouba a Petrobras e sou a avesso a não ter vacina no Brasil", disse Kalil ao jornal O Globo.
Ele também desconversou sobre a importância da visita de Haddad, pois afirma que recebe "todo mundo com a maior educação". Outros presidenciáveis, como Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Álvaro Dias (Podemos) já estiveram em BH, assim como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Kalil diz que não é contra políticas, apenas "contra a postura, atos".
Mas o PT deixa claro que tenta se aproximar de Kalil. Washington Quaquá, um dos vice-presidentes nacionais do partido, cogita apoiar o mineiro na eleição para governador. "Aliança nos estados é importante. O Kalil pode ser um candidato apoiado por nós. O importante é conseguir palanque para o Haddad".
Gleide Andrade, tesoureira nacional do PT e influente em Minas, acredita que o partido pode apresentar um candidato próprio ao governo de Minas. Mas também elogia Kalil por se posicionar contra Bolsonaro.
"Acho que o Kalil se credenciou para poder disputar o governo do estado. Hoje, o que deve unir a política brasileira é o anti-bolsonarismo", disse ela ao jornal.
Depois de visitar Minas, Haddad deve fazer outras viagens como pré-candidato a presidência. Mas ele mesmo já afirmou que, se Lula recuperar os direitos políticos, o ex-presidente será o candidato do PT.
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