Cotada para Saúde, cardiologista é contra cloroquina e já tratou Pazuello
Cotada para assumir o Ministério da Saúde no lugar de Eduardo Pazuello, a cardiologista Ludhmila Hajjar, 42, teve o general como um de seus pacientes com covid-19.
Ludhmila é crítica do negacionismo e já alertou publicamente sobre os riscos do uso da hidroxicloroquina contra a covid-19. Também já declarou que a pandemia de coronavírus "se trata com ciência, não com ideologia" em entrevista à Jovem Pan, em novembro passado.
Imunizada contra a covid-19 com a vacina CoronaVac, a médica atua na linha de frente do combate ao coronavírus e já atendeu autoridades, como os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli e Gilmar Mendes, os deputados Arthur Lira (PP-AL), Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Hildo Rocha (MDB-MA).
Ludhmila é médica do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), que já a convidou para comandar a Secretaria de Saúde, cargo recusado pela cardiologista.
A médica se reuniu hoje com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência da República. O encontro, cujo teor não foi divulgado, foi confirmado pela assessoria da Presidência no final da tarde de hoje após o UOL publicar a informação.
Fontes do Ministério da Saúde informaram que Pazuello pediu demissão do cargo. Após a reunião de Bolsonaro e Ludhmila, o ministro negou estar doente, ter entregado o cargo ou ter sido solicitado a sair da pasta pelo presidente.
Braço direito de Roberto Kalil Filho
Filha de um empresário em Anápolis (GO), a médica é considerada o braço direito do cardiologista Roberto Kalil Filho no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Reportagem da revista Piauí aponta grande influência dela na decisão de Kalil em concorrer à direção da divisão de cardiologia do Incor (Instituto do Coração), cargo que ocupa hoje. De acordo com a publicação, ela o ajudou com estudos e trâmites burocráticos e o auxilia em diversas escolhas importantes na área médica.
Em entrevista à CNN Brasil, Kalil elogiou a colega na tarde de hoje. "Ela é determinada, trabalha 24 horas e é técnica. Se o ministro Pazuello sair e a doutora Ludhmila for escolhida, o Brasil estará, sem dúvida nenhuma, bem servido."
"Se ela tiver alguma opinião contrária ao Planalto, acho que é bastante hábil em conversar e chegar um consenso da melhor decisão", acrescentou.
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