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Fachin pede inclusão de recursos da defesa de Lula e da PGR na pauta do STF

28.nov.2019 - O ministro Edson Fachin durante sessão extraordinária do STF (Supremo Tribunal Federal) - Carlos Moura/SCO/STF
28.nov.2019 - O ministro Edson Fachin durante sessão extraordinária do STF (Supremo Tribunal Federal) Imagem: Carlos Moura/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo

15/03/2021 20h32

O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), pediu que seja incluído na pauta do Plenário recursos da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também recursos da PGR (Procuradoria-Geral da União), que tenta reverter a decisão que anulou todas as condenações de Lula no âmbito da Operação Lava Jato.

Em despacho publicado hoje, Fachin intima a PGR para que "oferte contrarrazões" no prazo de cinco dias —na sexta-feira (12), a Procuradoria entrou com recurso contra a decisão de Fachin, mas a ação foi rejeitada no mesmo dia pelo ministro.

A defesa de Lula também deve se manifestar sobre a anulação de todas as condenações do ex-presidente. Só então o caso será analisado pelo Plenário do STF.

"Com a manifestação da Procuradoria-Geral da República ou escoado o prazo, sem apresentação de contrarrazões, remeta-se à Presidência, sem nova conclusão ao Relator, para inclusão em pauta, consoante a regra regimental", escreveu Fachin em despacho.

Condenações de Lula

Em 2017, o então juiz Sergio Moro condenou Lula a 9 anos e 6 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex de Guarujá. A sentença foi confirmada pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que aumentou a pena para 12 anos, e, posteriormente, pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reduziu o tempo de reclusão para 8 anos.

Lula, no entanto, nega que tenha sido beneficiado com o apartamento e tenta comprovar na Justiça a suspeição de Moro — que em 2019 tornou-se ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

O processo do sítio de Atibaia, por sua vez, foi o que rendeu a segunda condenação de Lula em ações judiciais da Lava Jato. Na denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o ex-presidente também é acusado de crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo os procuradores, o imóvel passou por reformas custeadas pelas empresas Odebrecht, OAS e Schahin em benefício do petista e de sua família. Em troca, os três grupos teriam sido favorecidos em contratos com a Petrobras.

Na primeira instância, Lula foi condenado a quase 13 anos de prisão; na segunda, porém, a pena foi ampliada para mais de 17 anos pelos desembargadores do TRF-4. Apesar de condenado, o ex-presidente foi solto em razão de decisão do STF que barrou a prisão após condenação em segunda instância.