Por críticas a Bolsonaro, Ciro Gomes vira alvo da PF, diz jornal
Ciro Gomes (PDT), ex-ministro e ex-governador do Ceará, virou alvo da Polícia Federal por criticar o presidente Jair Bolsonaro, de acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.
O pedido de abertura de inquérito foi assinado pelo próprio presidente da República, por meio da Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, e conduzido pelo ministro da Justiça, André Mendonça.
O próprio Ciro Gomes confirmou que foi avisado da abertura do inquérito há cerca de 10 dias. "Estou pouco me ligando", disse ao Estadão. O UOL entrou em contato com a assessoria de Ciro Gomes e aguarda um retorno.
O caso corre na Justiça Federal do DF. Conforme mostrou o jornal, o despacho do Ministério da Justiça e da Segurança pública diz que Ciro é alvo de investigação policial com base do artigo 145 do Código Penal - que trata sobre crime contra a honra. Procurado, o ministério não comentou.
Segundo o jornal, o documento cita que, em uma entrevista à Rádio Tupinambá, de Sobral (CE), que aconteceu em novembro do ano passado, Ciro disse que a população, ao não apoiar os candidatos de Bolsonaro, mostrava um sentimento de "repúdio ao bolsonarismo, à sua boçalidade, à sua incapacidade de administrar a economia do País e seu desrespeito à saúde pública".
Na entrevista, o ex-ministro também o chamou de "ladrão" e falou sobre a "rachadinha", que envolve os filhos de Bolsonaro, ao comentar as pretensões políticas do ex-juiz Sérgio Moro.
"Qual foi o serviço do Moro no combate à corrupção? Passar pano e acobertar a ladroeira do Bolsonaro. Por exemplo, o Coaf, que descobriu a esculhambação dos filhos e da mulher do Bolsonaro, que recebeu R$ 89 mil desse (Fabrício) Queiroz, que foi preso e é ladrão, ladrão pra valer, ligado às milícias do Rio de Janeiro. E onde estava o senhor Sérgio Moro? Acobertando", disse Ciro, na entrevista à rádio.
Na mesma entrevista, Ciro também traçou cenários eleitorais de 2022 e analisou as crises sanitária e econômica enfrentadas pelo País.
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