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Planalto registra 460 servidores contaminados por covid-19, diz jornal

Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provoca aglomeração durante cerimônia de posse de ministros no Palácio do Planalto - Divulgação/Júlio Nascimento
Presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provoca aglomeração durante cerimônia de posse de ministros no Palácio do Planalto
Imagem: Divulgação/Júlio Nascimento

Do UOL, em São Paulo

01/04/2021 22h02

Pelo menos 460 servidores do Palácio do Planalto, sede do poder Executivo em Brasília, foram diagnosticados com coronavírus desde o início da pandemia, em março do ano passado. Isso representaria cerca de 13% do total de funcionários. Os números foram informados pela Secretaria-Geral da Presidência ao jornal O Globo, em resposta a um pedido feito por meio da Lei de Acesso à Informação.

Segundo a publicação, o maior número de casos ocorreu no mês de julho, quando 92 funcionários foram diagnosticados com a doença; 67 em agosto, 53 em dezembro; 45 diagnósticos em junho e novembro.

Entre os órgãos que compõem a Presidência, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) registrou 191 casos; no gabinete do presidente foram 28. Já o órgão mais afetado em março foi a Secretaria-Geral, com 20 diagnósticos.

Apesar da escalada no número de vítimas em decorrência da covid-19, no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sempre foi crítico a medidas restritivas durante pandemia, aparece na maioria das vezes sem o uso de máscara de proteção facial, além de promover aglomerações em eventos oficiais.

Em fevereiro, por exemplo, no dia em que o Brasil atingiu a marca de 250 mil mortos em decorrência da covid-19, Bolsonaro deu posse a dois novos ministros em solenidade no Palácio do Planalto. João Roma assumia o Ministério da Cidadania e Onyx Lorenzoni, como novo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.

O evento contou com a presença de diversos ministros e autoridades. Novamente, boa parte deles não usava a máscara —inclusive os seguranças do chefe do Executivo— e promovendo a aglomeração.

O UOL procurou a assessoria da Secretaria-Geral da Presidência, e aguarda posicionamento.

À TV Globo, o Planalto informou que "a Coordenação de Saúde da Presidência orienta os servidores a procurarem assistência médica quando apresentarem quaisquer sintomas relacionados à doença, e que "desde o início da pandemia vem adotando inovações tecnológicas nos protocolos de limpeza das áreas e equipamentos", além da "ampliação do uso do álcool em gel" e que "1/3 dos servidores está trabalhando em casa ou em escala de revezamento".

Descumprindo protocolos

Em julho, o próprio presidente Bolsonaro foi testado positivo para covid-19. Na ocasião, ele sentiu alguns sintomas da doença e fez o exame em Brasília. O resultado foi divulgado no fim desta manhã.

"Começou domingo, com uma certa indisposição, se agravou na segunda-feira, com mal-estar, cansaço e febre de 38 graus. O médico da presidência, apontando a contaminação por covid-19, fui fazer uma tomografia no hospital. Equipe médica decidiu dar hidroxicloroquina e azitromicina. Como acordo muito durante a noite, depois da meia-noite senti uma melhora, às 5 da manhã tomei a segunda dose e estou me sentindo bem", disse Bolsonaro.

Após recuperado, Bolsonaro seguiu descumprindo os protocolos de segurança, ignorando a doença e a gravidade da pandemia.