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Não estamos melhor depois de dois impeachments, diz Marco Aurélio

Do UOL, em São Paulo

12/04/2021 12h04Atualizada em 12/04/2021 13h08

Marco Aurélio Mello, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que o Brasil "não está melhor" após os impeachments dos ex-presidentes Fernando Collor (PROS) e Dilma Rousseff (PT) e, por esse motivo, é contrário à saída de Jair Bolsonaro (sem partido). O decano foi entrevistado hoje pelo colunista do UOL, Kennedy Alencar.

"Não sou a favor de impeachment de dirigente algum. A ordem natural não é essa. A ordem é a observância do mandato, é evidentemente observar a vontade da maioria dos eleitores", declarou o ministro.

Ao UOL Entrevista, conduzido pelo colunista Kennedy Alencar, o magistrado disse que as Forças Armadas têm distinção prevista na Constituição e que elas não são do governo federal. Para o decano, os militares não estão a serviço do presidente Jair Bolsonaro.

"São do Estado. Não vejo militares no engajamento para fortalecer este ou aquele dirigente, principalmente quando dirigente está claudicando na arte de proceder. Militares não são aventureiros. Falo com conhecimento de causa. Fui o xerife da turma de 1983. Minha confiança nos militares é inabalável. Eles estarão atentos a disciplina e hierarquia", alegou.

Marco Aurélio também disse que hoje é um juiz melhor do que foi durante o período do golpe militar no Brasil. Ao mesmo tempo, o decano defendeu as Forças Armadas e chamou a militarização durante os 21 anos em que a ditadura inferiu diretamente no processo democrático nacional de "revolução".

"Hoje sou melhor juiz do que fui em 1978, do que fui na década de 2000, do que fui dez anos atrás. E a evolução é constante. Tivemos movimento militar, revolução, e objetivo era passar imediatamente poder aos civis. Era o plano. Mas eles gostaram do poder e projetaram até 1988 o regime militar", disse o decano.