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Bolsonaro fala sobre partido, ataca Lula e vislumbra ter 4 indicados no STF

Fábio Castanho e Hanrrikson de Andrade

Do UOL, em São Paulo e em Brasília

19/04/2021 11h14Atualizada em 19/04/2021 14h27

A um ano e meio da corrida presidencial de 2022, Jair Bolsonaro (sem partido) abordou, em conversa com apoiadores, diversos temas referentes às eleições —quando deve concorrer à reeleição. O governante comentou desde a filiação a um novo partido à possibilidade de indicação de mais dois ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em 2023.

Bolsonaro também aprovou o espaço durante conversa matinal com apoiadores para atacar um de seus adversários, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve sua elegibilidade confirmada pelo Supremo e é uma das alternativas de candidatura à Presidência no ano que vem.

Instigado sobre decisão do plenário do STF na última semana, que referendou a decisão do ministro Edson Fachin devolvendo a elegibilidade a Lula, Bolsonaro citou o placar de 8 a 3 no Supremo antes de criticar previamente uma eventual preferência do eleitor pelo petista.

"Foi 8 a 3 o placar né? Interpreta como você quiser, mas um povo que porventura vote num cara desse é povo que merece sofrer", disse Bolsonaro, que antes, no início da conversa já havia citado com ironia a presença de Lula na capa da revista "Veja".

"Alguém viu a capa dessa semana (da Veja).... tem lá o Lula, lindão". A última edição do periódico estampa foto do petista na capa, com a seguinte manchete: "De volta ao jogo". A revista ainda destaca que o ex-presidente "intensifica a movimentação política para sua candidatura à Presidência" depois da decisão do STF.

Sem se colocar claramente como candidato à reeleição, Bolsonaro ainda disse a seguidores que o pleito de 2022 tem grande importância pela indicação de mais dois ministros ao Supremo pelo presidente eleito logo no primeiro ano de mandato.

Bolsonaro já nomeou Kassio Nunes Marques para o lugar de Celso de Mello no ano passado e indicará em julho o substituto de Marco Aurélio Mello. Em 2023, Ricardo Lewandowski (em maio) e Rosa Weber (em outubro) completarão a idade máxima de 75 anos.

"Nas eleições do ano que vem, quem se eleger indica dois para o Supremo no primeiro trimestre de 2023 (na verdade ao longo do ano). Se for um cara da minha linha vai ter quatro lá", disse.

Sem ser claro, ele disse que nesse cenário 'mudam as coisas'. "Alguns querem que dê um cavalo de pau no Brasil, não dá para dar um cavalo de pau no Brasil", completou.

Novo partido em abril

Na conversa, Bolsonaro ainda disse que deve se decidir ainda neste mês sobre a filiação a um novo partido. Ele praticamente descartou a chance de o Aliança pelo Brasil, idealizado por ele, se concretizar a tempo de ser sua legenda.

"Do Aliança é muito pequena a chance. Já estou atrasado, tem outro partido, espero que esse mês resolva", disse.

Depois de abrir conversas com ao menos cinco partidos, entre os quais o PSL, e de estipular prazo até março para definir seu futuro partidário, o presidente Jair Bolsonaro continua sem uma agremiação para chamar de sua.

A filiação a uma legenda é necessária para que o presidente esteja apto a disputar a reeleição em 2022 — de acordo com as regras da Justiça Eleitoral, o prazo máximo é até seis meses antes do pleito.

Ainda sobre as eleições de 2022, ele disse que tem candidato para o Senado em Mato Grosso. 'Tem 27 vagas (em disputa) no Senado ano que vem. No Mato Grosso já tenho um candidato lá, um deputado federal. É o (José) Medeiros (Podemos-MT). Nem sei se ele é candidato?", disse