Ex-secretário de Bolsonaro culpa Saúde por atraso da vacina: 'Ineficiência'
O ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) Fábio Wajngarten culpou o ministério da Saúde pelo atraso da chegada das vacinas contra o novo coronavírus no Brasil, e também pelo insucesso nas negociações do Planalto com a farmacêutica Pfizer na compra de 70 milhões de doses do imunizante contra a covid-19. Nas palavras do ex-secretário, a pasta agiu de maneira "incompetente" e houve "ineficiência".
"Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando uma negociação que envolve cifras milionárias e do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é isso que acontece", afirmou, referindo-se "à equipe que gerenciava o ministério da Saúde nesse período". A declaração foi dada em entrevista à revista Veja.
No mês passado, Wajngarten deixou o comando da Secom após uma série de atritos com o então comandante do ministério da Saúde, o general Eduardo Pazuello, que também foi demitido do cargo. Fábio disse que, assim que soube da carta enviada pela Pfizer oferecendo as vacinas contra a covid-19, entrou em contato com o CEO da empresa, e ficou sabendo que os responsáveis pela Saúde "sequer" haviam respondido à farmacêutica.
Wajngarten conta que se colocou "à disposição para negociar com a empresa" por antever que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "seria atacado e responsabilizado pelas mortes". "Precisávamos da maior quantidade de vacinas no menor tempo possível. E dinheiro nunca faltou", relatou o ex-chefe da Secom, reiterando que foram realizadas "várias reuniões", mas que "infelizmente, as coisas travaram no ministério da Saúde".
"Se o contrato com a Pfizer tivesse sido assinado em setembro, outubro, as primeiras doses da vacina teriam chegado no fim do ano passado", disse o ex-secretário. De acordo com ele, Bolsonaro "sempre disse que compraria todas as vacinas, desde que aprovadas pela Anvisa".
CPI da Covid
Nos próximos meses, o Senado irá se debruçar na CPI da Covid-19, que investigará as ações do governo durante a pandemia provocada pelo novo coronavírus. Para o ex-chefe da Secom, "o governo não pode ser acusado de inoperância" e que, se necessário, ele prestará todos os esclarecimentos no âmbito da comissão.
"Eu era o secretário de Comunicação do governo. É minha obrigação reportar o que o Planalto fez através da minha pessoa. Antevi os riscos da falta de vacina e mobilizei com o aval do presidente vários setores da sociedade. Já me acusaram até de não ter feito campanha publicitária para divulgar a importância da vacina. Como eu ia fazer campanha de vacinação se não tinha vacina. Se fizesse, seria propaganda enganosa. Estou tranquilo, se necessário, posso esclarecer tudo isso à CPI", completou.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.