Marina Silva: Salles faz de tudo para pôr pata do boi em cima dos indígenas
No programa de ontem do podcast Baixo Clero, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) disse que o atual ocupante da pasta, Ricardo Salles, busca pôr "a pata do boi por cima de indígenas", em referência à fala do ministro em reunião de abril de 2020, quando ele disse que a pandemia era um bom momento para "passar a boiada" em normas ambientais (assista a partir de 25:02 no vídeo acima).
Salles "tem feito de tudo para colocar a pata do boi por sobre os povos indígenas, a Amazônia, o cerrado, onde puder", analisou Marina. "Ele tentou até na mata atlântica."
O vídeo da reunião foi tornado público após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello. "É incrível que, no Dia da Terra [celebrado em 22 de abril], quando já vivíamos uma situação estarrecedora com a pandemia, o ministro do Meio Ambiente dizer que tinham que aproveitar da situação para descumprir e passar por cima de todos os regramentos", afirmou Marina.
Segundo ela, houve "muitas tentativas" de Salles de "passar a boiada em todo o canto". "Em alguns lugares, ele tem passado. Quando eles exoneram o Saraiva, é passar a boiada", disse, ao lembrar o afastamento do delegado da Polícia Federal Alexandre Saraiva depois de ele ter apresentado notícia-crime contra Salles, o senador Telmário Mota (Pros-RR) e o presidente do Ibama, Eduardo Bim.
Ao analisar a gestão ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Marina disse ontem também que o Brasil levará à COP26, agendada para novembro na Escócia, uma "pedalada climática". "Esse governo tem desmatamento aumentando, queimadas, emissão de CO2, as ambições estão subfaturadas. O que está fazendo é uma 'pedalada climática'", disse (assista a partir de 29:50).
Ao comparar a atitude de Salles no Ministério do Meio Ambiente com a sua própria gestão, Marina disse que o governo Bolsonaro é um "transatlântico do mal" (assista a partir de 18:02). A ex-senadora foi a titular da pasta sob o ex-presidente Lula (PT), entre 2003 e 2008.
"Não é com um discurso inverídico na frente das maiores potências do mundo que o presidente Bolsonaro vai convencer de que de fato está fazendo o dever de casa", afirmou a ex-senadora.
Ontem, Bolsonaro fez uma fala durante a Cúpula do Clima, sediada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Para Marina, o presidente fez "um discurso na defensiva, faltando com a verdade e sem credibilidade, olhando para o retrovisor em lugar de olhar para a frente" (assista a partir de 2:44). Para ela, a participação do Brasil no evento foi "triste".
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