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'Vai demorar para recuperar o Brasil depois de Bolsonaro', diz Doria

Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a chamar Bolsonaro de "psicopata" e assume que errou ao apoiá-lo - Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo
Governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a chamar Bolsonaro de "psicopata" e assume que errou ao apoiá-lo Imagem: Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

25/04/2021 10h45Atualizada em 25/04/2021 10h45

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) voltou a dizer que se arrepende de ter votado no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e que o país vai demorar para se recuperar após esta gestão federal. O gestor estadual voltou a dizer que o Brasil "não tem um líder", mas um "psicopata" no poder.

"O Brasil é um oceano de fracassos: na saúde, na ciência, no meio ambiente, na educação, na proteção aos mais pobres. Vai demorar para recuperar o Brasil depois de Bolsonaro", disse ao jornal O Globo.

Doria alegou que não há coordenação do governo federal para ajudar as empresas e classificou como "desastre" o valor pago pelo auxílio emergencial.

"Mesmo para a aprovação de um auxílio emergencial houve uma dificuldade enorme e acabamos com um auxílio que dá para comprar um botijão de gás, dois quilos de arroz, dois quilos de feijão, dois sacos de farinha e mais nada. Que ajuda é essa? É um desastre".

Ao ser questionado sobre o aumento dos impostos adotada após a reforma administrativa em São Paulo, Doria alegou que o estado poderia ir à falência.

"Se não fizéssemos isso, teríamos colocado São Paulo em falência. Seria um estado dependente do governo federal, como há vários, inclusive o Rio. Por força dessa reforma administrativa — São Paulo foi o único estado que aprovou uma reforma administrativa — hoje temos R$ 21 bilhões em caixa".

Nome de centro para eleições de 2022

João Doria acredita que é necessário chegar a um nome de centro para disputar a eleição presidencial de 2022 até novembro deste ano. O governador reconhece que a discussão abrange um grupo heterogêneo, mas, apesar das dificuldades, acredita em uma solução.

"Todo início exige amplitude para que você possa depois chegar ao resultado. Por isso, são sete nomes que compõem esse polo democrático. Os pensamentos não são iguais. Mas nós convergimos em um ponto: a defesa do Brasil. Neste momento, isso basta. É um fator importante de coesão", disse Doria ao O Globo.

O nome do centro será a tentativa de enfrentar o presidente Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a ser elegível após as condenações contra ele serem suspendidas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

"Neste momento, é a hora de manter esse campo do polo democrático mais expandido. Ao final do ano, provavelmente em novembro, ele deverá estar ampliado no seu âmbito de referências, mas com a definição de um nome que possa representar o centro no embate eleitoral."

O nome do ex-ministro Ciro Gomes não foi descartado entre as alianças possíveis para montar a candidatura do centro. Segundo Doria, neste momento nenhuma possibilidade está sendo descartada.

"Temos que ter uma visão um pouco mais sublimada das questões partidárias, eleitorais e até ideológicas. Colocar o Brasil em primeiro lugar e manter esse pensamento até o limite do possível. Qual é esse limite? A meu ver, será novembro, um ano antes do pleito eleitoral. Até lá, temos que dialogar e evoluir até chegarmos a um nome que permita uma conclusão", afirmou.