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Aziz diz não aconselhar convocação para CPI de defensores do kit covid

Omar Aziz critica pedidos para convocação de defensores de medidas contra a covid-19 não comprovadas cientificamente - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Omar Aziz critica pedidos para convocação de defensores de medidas contra a covid-19 não comprovadas cientificamente Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Colaboração para o UOL

29/04/2021 13h29Atualizada em 29/04/2021 14h05

O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse hoje que "não aconselharia" os colegas a pedirem a convocação de especialistas que defendam o chamado kit covid para serem ouvidos na comissão.

"Não aconselharia fazer isso. Eu e ninguém na CPI é especialista para chamar uma pessoa e perguntar 'a cloroquina faz bem?, 'a ivermectina ajuda?'", defendeu Aziz, em entrevista à CNN.

Dentre os mais de 300 requerimentos apresentados na CPI até o momento, há pedidos de convocação de especialistas que defendem o "tratamento precoce" - que prega o uso de medicamentos como hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina - ou criticam o isolamento.

Levantamento do jornal O Globo revelou que eles foram produzidos no Palácio do Planalto e protocolados na comissão pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Jorginho Mello (PL-SC).

O papel da CPI é investigar essas questões mais cientificamente. Se uma médica salvou todos os seus pacientes com cloroquina, quero que apareça. Não conheço ninguém que não teve como paciente nenhum óbito do coronavírus
Omar Aziz

Em clima de tensão entre senadores, a CPI aprovou hoje a convocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e dos ex-titulares da pasta no governo de Jair Bolsonaro (sem partido), em ordem cronológica de nomeação: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich e Eduardo Pazuello.

Também foi aprovada a convocação do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres. Os depoimentos deles foram marcados para a semana que vem, de terça a quinta-feira.

'A CPI não vai se intimidar'

Aziz defendeu o sigilo de informações que a CPI pedir de estados e municípios. Além das ações do governo federal no combate à pandemia, a comissão também pretende analisar repasses da União aos governadores e prefeitos.

A inclusão de estados e municípios na CPI é defendida pelo governista Eduardo Girão (Podemos-CE).

"Tem que ter o sigilo. Não pode vazar essas informações (...) É normal (senador Girão) ele focar nessa questão de estados e municípios, saber os recursos que foram repassados, a finalidade, quem usou de uma forma inapropriada, e saber também quais são as investigações", defendeu Aziz.

O presidente da CPI reforçou que a investigação de nomes de políticos dos estados e municípios não servirá para intimidar a comissão.

A CPI não vai se intimidar... Ninguém é maior do que a CPI. A CPI veio para investigar uma série de coisas e ela vai investigar com certeza absoluta
Omar Aziz