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'Conseguimos acabar com um câncer', diz presidente do TJRJ após impeachment

Do UOL, em São Paulo

30/04/2021 21h10Atualizada em 30/04/2021 21h27

O presidente do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), Henrique Carlos de Andrade Figueira, disse hoje que impeachment de Wilson Witzel (PSC) do governo do Rio acaba com um "câncer" e "extirpa um mal". A declaração foi feita pelo magistrado logo depois do julgamento.

O Tribunal Especial Misto —composto por cinco deputados e cinco desembargadores— aprovou o impeachment de Witzel por crime de responsabilidade. A cassação de seu mandato foi por unanimidade (10 x 0). Ele ficará por cinco anos proibido de exercer funções públicas.

"O estado do Rio de Janeiro hoje venceu uma etapa muito dolorosa. Nós tivemos problemas sérios expostos neste tribunal, onde todos os magistrados se portaram com altivez, cultura, elegância e tirocínio para chegar a um julgamento unânime, reconhecendo a prática de atos corruptos na gestão da coisa pública pelo senhor Wilson Witzel", disse Figueira.

"A saúde sofreu muito num momento de muita instabilidade. Arquitetaram um plano criminoso, como reconheceu o Tribunal Misto, que tanto prejudicou as pessoas, que tanto foi capaz de causar danos, malefícios e mortes. A situação do nosso estado passa por essa dor hoje, mas de tudo se tira um lado positivo. Nós conseguimos acabar com um câncer, extirpar um mal que nos prejudicava tanto. Hoje o estado do Rio de Janeiro deu um exemplo", acrescentou ele.

Com a decisão, Witzel perde imediatamente o cargo. Ele é o primeiro governador a sofrer impeachment desde a redemocratização. Os membros do Tribunal também decidiram proibir Witzel de exercer quaisquer funções públicas por cinco anos.

"É revoltante o resultado do processo de impeachment! A norma processual e a técnica nunca estiveram presentes. Não fui submetido a um Tribunal de um Estado de Direito, mas sim a um Tribunal Inquisitório", escreveu Witzel em seu perfil no Twitter na tarde de hoje. "Não consegue entender que eu fui cassado por combater a corrupção", reagiu ele após provocação do deputado estadual Flavio Serafini (PSOL), também no Twitter.