Tenho uma relação normal, diz Renan sobre Lula, sem responder sobre apoio
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, afirmou hoje que tem "uma relação normal" com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de ser visto dentro da Comissão Parlamentar de Inquérito como um oposicionista ao governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Renan comparou sua relação com Lula com a que tem com qualquer parlamentar.
"Eu sempre tive com o presidente Lula uma relação normal, que continua, e eu não sou candidato a absolutamente nada. Eu tenho mais quase seis anos de mandato a exercer na representação do estado de Alagoas [no Senado]. Eu definitivamente não sou candidato a nada, não quero fama na CPI", disse Renan em entrevista ao UOL, conduzida pela apresentadora Fabíola Cidral e pelo colunista Tales Faria.
Renan lembrou que já foi por quatro vezes presidente do Senado. O senador vem exercendo mandatos na Casa desde 1995.
É uma relação normal, que pode se equiparar a todas as relações, que aliás são as mesmas, que eu tenho com os senadores por exemplo, com alguns ministros, com alguns governadores de estado, com alguns deputados federais, é uma relação normal.
Renan Calheiros, relator da CPI da Covid
O senador desconversou sobre um possível apoio à candidatura de Lula à Presidência no ano que vem, como já fez em outras eleições. Renan disse que esse não é o momento para discutir isso e desconsiderou encontros com Lula —assim como com Bolsonaro.
"Acho que essa questão não está posta [sobre apoio]. Eu disse a interlocutores do presidente Lula, que fui informado que veio a Brasília e que desejava conversar com algumas pessoas, que não teria sentido a conversa dele comigo nem com o Omar Aziz, que é o presidente [da CPI], porque temos uma missão constitucional a levar adiante", disse Renan.
"Eu considero, com a maior isenção, que não é importante esse meu encontro com o presidente Lula. Como também não é recomendável o meu encontro com o presidente da República. Acho que essas coisas desde logo precisam ficar exatamente esclarecidas e limitadas", completou o senador.
Ele também defendeu uma candidatura própria do seu partido no ano que vem. "Acho que cabe ao MDB, como o maior partido do Brasil, o partido que tem mais raízes municipais, que tem maior estrutura partidária, tentar construir uma viabilidade de uma candidatura própria, que seja digna desse nome, que possa ajudar a alavancar as candidaturas estaduais, a fazer uma grande bancada na Câmara e no Senado. Temos que trabalhar obstinadamente nessa direção", afirmou.
Ele deixou em aberto um eventual cenário de segundo turno com o ex-presidente petista.
Sinceramente não sei o que vai acontecer, se o partido não terá um candidato competitivo e terá que mais adiante fazer uma opção por qualquer uma dessas candidaturas que estarão postas nessa prateleira.
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