Lula quer frente ampla no Rio para obter vitória no berço do bolsonarismo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trabalha para articular uma frente ampla para derrotar aliados de Jair Bolsonaro (sem partido) no Rio de Janeiro. O petista entende siglas que apoiam diferentes candidatos a presidente em 2022 poderiam se unir em torno de Marcelo Freixo (PSOL) na tentativa de ser o novo governador do estado.
Lula se dispõe a dialogar com nomes como o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) para formar essa coalizão no berço do bolsonarismo.
As avaliações foram feitas hoje em um hotel de Brasília, quando Lula e vários políticos petistas se reuniram com o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ), possível candidato a senador. "Falamos também da importância de derrotar o bolsonarismo em 2022, sobretudo em seu berço, o Rio de Janeiro", afirmou o parlamentar ao UOL.
"Para isso, é preciso construir uma frente ampla de partidos para a disputa eleitoral no estado, mesmo que esta aliança seja composta por partidos que apoiem diferentes candidatos a presidência da República. Ele manifestou apoio a este tipo de iniciativa e disse que o PT está disposto a abrir mão de lugar nas chapas estaduais em favor de nomes de outros partidos."
Ontem, Lula esteve reunido com o próprio Freixo. Na ocasião, debateram temas como o aumento do auxílio-emergencial para R$ 600.
Hoje, Lula retomou o tema do auxílio emergencial e tratou das questões de infraestrutura. Ele comentou o fato de a Petrobras estar vendendo seu patrimônio.
Intenção é derrotar Castro, aliado de Bolsonaro
De acordo com interlocutores da conversa, Lula disse que iria dialogar não só com Maia e Paes, mas com todos que pudessem ajudar a derrotar Bolsonaro no Rio de Janeiro. Para o petista, para vencer o atual presidente da República, é importante impor uma derrota no estado que é sua base eleitoral.
A atitude seria semelhante ao que aconteceu no Ceará em 2018. Naquelas eleições, tanto Lula quanto Ciro Gomes (PDT) apoiaram a campanha de Camilo Santana (PT) para o governo do estado. Apesar de adversários no plano nacional, os dois entendiam que era preciso manter o poder com o grupo da esquerda.
No Rio, o raciocínio é impedir a reeleição de Cláudio Castro (PSC). Ele assumiu o governo depois do impeachment de Wilson Witzel (PSC), que rompeu com o bolsonarismo e foi alvo de denúncias do Ministério Público que o acusam de corrupção. Castro selou a paz com o presidente Bolsonaro, de quem espera receber seu apoio em 2022.
O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) estava na conversa com Lula. O ex-presidente não falou se ele ou ex-ministro será o candidato do PT em 2022. Mas os petistas apostam que Lula vai assumir isso para si, por causa da maior viabilidade para cumprir o objetivo de impedir a continuidade do governo Bolsonaro.
Bolsonaro tem menos eleitores fieis, avaliam petistas
A avaliação de petistas ouvidos pelo UOL é que, de fato, o atual presidente da República tem um naco de eleitores fiéis. As manifestações do último sábado (1º) mostraram isso, admitem. No entanto, eles entendem que as pesquisas de opinião e as queixas de setores da direita e da centro-esquerda mostram que esse apoio está cada vez menor.
Em 2022, espera-se que a direita lance um candidato, como os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB). Setores da oposição, dentro e fora do PT, entendem que o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), também está no páreo. Ele não teria nada a perder.
Outro possível candidato é João Amoêdo (Novo). O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), também deve estar no páreo. Uma parcela dos petistas ainda tenta fazê-lo se reconciliar com o partido e demovê-lo de concorrer contra Lula.
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