Bolsonaro responde a requerimento da CPI: 'Não interessa aonde fui'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reclamou publicamente de informações que a CPI da Covid quer obter dele sobre suas saídas às ruas, em que houve aglomerações e falta de uso de máscaras, apesar de uma lei ordenar a utilização do equipamento durante a pandemia de coronavírus. "Não interessa", disse ele hoje, em cerimônia no Palácio do Planalto sobre lançamento de redes de internet com tecnologia 5G.
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) fez requerimento sobre aglomerações e falta de uso de máscara de Bolsonaro. Sem mencionar o parlamentar, o presidente criticou os dois temas.
"Recebo agora documentos da CPI para dizer onde eu estava nos meus últimos fins de semana, 50 [um ano possui 52 finais de semana]", iniciou Bolsonaro. "Não interessa onde eu estava", continuou. "Respeito a CPI: estive no meio do povo. Tenho que dar exemplo. É fácil para mim ficar dentro do Palácio do Alvorada. Tem tudo lá."
Em outro trecho do discurso, Bolsonaro reclamou da cobertura da imprensa sobre o fato de ele não utilizar máscaras em vários eventos públicos.
As nossas mídias vão mostrar a ponte, a obras, e não repetir, na mesma tecla: 'O presidente estava sem máscara na inauguração'. Já encheu o saco isso, pô.
Jair Bolsonaro, presidente da República
Na sequência, voltou a falar de aglomerações. "Olhe o que aconteceu domingo. Sabemos que o vírus mata, lamentamos as mortes, mas o povo foi às ruas. Temos que enfrentar esse problema."
Autor dos requerimentos, Girão respondeu ao presidente utilizando a ideia de "exemplo" e citando frases do padre italiano Francisco de Assis, que viveu no século XIII. "As palavras podem até convencer, mas é o exemplo que arrasta", disse o senador ao UOL.
CPI vai mostrar destino de "bilhões", diz Bolsonaro
No discurso, Bolsonaro disse que a CPI será uma oportunidade para vai mostrar o que "alguns" fizeram com "bilhões de reais" enviados pelo governo federal a estados e prefeituras. Ele também pediu que sejam convocados profissionais que defende o chamado "tratamento precoce". Normalmente, o termo é usado para um grupo de remédios sem comprovação científica para tratamento do coronavírus, dentre eles a cloroquina e a ivermectina.
Ontem, a medicação foi criticada pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), que deixou o governo por divergir do presidente na condução da pandemia. Hoje, Bolsonaro disse que quem é contra o chamado "tratamento precoce" e não oferece alternativas é "canalha".
Ele também disse que a CPI deve analisar o efeito de "doses cavalares" da hidroxicloroquina no enfrentamento à pandemia em Manaus (AM). A capital foi a primeira a viver a segunda onda de coronavírus no Brasil. Lá, desenvolveu-se uma cepa brasileira do vírus, mais contagiante que a primeira.
Bolsonaro voltou a dizer que seu governo está "há dois anos e quatro meses" supostamente "sem corrupção". Não mencionou que, desde 2019, a Polícia Federal e o Ministério Público investigam um então secretário do Palácio do Planalto por suposto desvio de dinheiro e corrupção durante o governo dele. O secretário só deixou o governo em 2021.
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