CPI da Covid: Fiocruz diz que fabricou cloroquina para o combate à malária
Em um documento de 43 páginas, assinado pelo presidente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e endereçado à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid, a entidade informou que os três milhões de comprimidos de cloroquina 150mg fabricados pela fundação e adquiridos pelo Ministério da Saúde em 2020 foram destinados ao combate à malária.
O instituto também reconheceu um interesse de compra do governo federal para a aquisição de mais 750 mil comprimidos do medicamento para uso em 2021, firmado no dia 31 de dezembro de 2020. Ao total, foram gastos em um ano quase R$ 4 bilhões para a aquisição das unidades do remédio pela pasta ministerial.
O quantitativo, porém, segundo a instituição, é semelhante aos lotes adquiridos pela União em 2019, quando o ministério comprou 3.780.500 comprimidos.
A suspeita de alguns parlamentares é de que o Ministério da Saúde e o Exército estariam comprando cloroquina para utilizar no chamado "kit covid". Só que no Ofício nº 388/21, encaminhado hoje ao presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM), a Fiocruz afirmou que "em 2020, assim como nos anos anteriores, toda a produção do medicamento foi integralmente destinada ao referido Programa (de Combate à Malária)".
"Ressalto, a título de síntese, que a Fiocruz não produz medicamentos destinados ao tratamento de covid-19, uma vez que não há ainda tratamento específico para a doença", enfatizou o presidente ao explicar que a Fiocruz produz cloroquina "há quase 20 anos".
Na documentação entregue, a entidade anexou os pregões eletrônicos sobre as compras do medicamento feitas pelo governo federal desde 2016. Ela também enviou as respostas concedidas ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao MPF (Ministério Público Federal), já que os órgãos já haviam cobrado explicações da fundação sobre o suposto desvio de finalidade do remédio.
Segundo a resposta da Fiocruz ao requerimento de informações nº 35/21, elaborado pelo vice-presidente do colegiado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a própria fabricante chegou a fazer uma auditoria interna em 26 de fevereiro de 2021 para certificar-se de que as compras feitas pelo Executivo estariam em concordância com a bula do fármaco.
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