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'Governistas são massacrados pois há pré-julgamento', diz Girão sobre CPI

05.mai.2021 - CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
05.mai.2021 - CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

06/05/2021 23h01

O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), que integra a CPI da Covid e faz parte da base aliada ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disse hoje que governistas estão sendo "massacrados" por já ter, segundo ele, um pré-julgamento dentro da comissão.

"Está acontecendo um massacre. Os governistas estão sendo massacrados por uma questão de um pré-julgamento, de não dar voz. Já existe algo quando você pergunta sobre relatórios, eu imagino o que deve sair desse relatório, porque você não tem nada ali que possa sair um contraponto. Um plano de trabalho não se tem", disse Girão, em entrevista à CNN Brasil.

A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) investiga ações e eventuais omissões do governo federal em meio à pandemia, além de fiscalizar recursos da União repassados a estados e municípios, Omar Aziz (PSD-AM) preside a comissão. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) é o vice-presidente e Renan Calheiros (MDB-AL), o relator. O desenho se mostra pouco favorável ao governo, que ainda estuda estratégias para minimizar os danos da CPI.

Em abril, o Planalto já havia agido para que Renan Calheiros não fosse indicado relator da CPI. Além de ser crítico do governo de Bolsonaro, ele apoia o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Girão reclama de Renan Calheiros e do caminho que a CPI vem traçando, a ponto de falar até mesmo sobre a possibilidade da criação de um relatório paralelo.

"Infelizmente, pela indução do relator da CPI da pandemia, que eu considero até uma CPI da cloroquina, porque só se fala nisso... Foi algo assustador no sentido de indução. Quando ele [o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga] respondia uma pergunta que não era o que o senador [Renan] queria ouvir, ele já cortava... Eu vejo o seguinte, que os oposicionistas dominam. Então você tem alguns governistas e poucos independentes ali. Se existe relatório paralelo ou não, mas que um julgamento antecipado como se condenasse o presidente da República, já existe", afirmou.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.